Segundo a PM, é difícil manter o controle policial da Rocinha, devido às dimensões da favela, considerada uma das maiores do Brasil (Divulgação/Governo do Estado do Rio de Janeiro/Marino Azevedo)
Da Redação
Publicado em 28 de março de 2012 às 11h03.
Rio de Janeiro – A Rocinha, comunidade da zona sul do Rio de Janeiro ocupada desde novembro do ano passado pela Polícia Militar, recebe hoje (28) o reforço de mais 40 policiais recém-formados. Na última sexta-feira (23), uma primeira equipe de 130 recém-formados já havia sido enviada para aumentar o policiamento na área.
A Rocinha vinha sendo ocupada por 180 policiais do Batalhão de Choque no intuito de preparar a comunidade para a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Mas, nas últimas semanas, uma briga pelo controle dos pontos de venda de drogas da favela deixou mortos, inclusive o presidente da Associação de Moradores, Vanderlan Barros de Oliveira, assassinado a tiros na última segunda-feira (26).
Segundo o coordenador de comunicação social da PM fluminense, coronel Frederico Caldas, é difícil manter o controle policial da Rocinha, devido às dimensões da favela, considerada uma das maiores do Brasil.
“Ali é uma área muito grande de difícil acesso. Tem uma rede de vielas ali por dentro, tanto na parte baixa quanto na parte alta, de difícil patrulhamento até a pé. Quem não conhece a Rocinha, não compreende a complexidade, o tamanho e a concentração demográfica”, disse.
De acordo com Frederico Caldas, a polícia ainda não definiu o efetivo ou a data de implantação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), que contará com policiais especializados em policiamento comunitário.
Ontem (27), a Polícia Militar iniciou o processo de substituição do Exército por policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do Batalhão de Choque da PM no Complexo do Alemão, na zona norte da cidade. Inicialmente, os policiais vão substituir os militares apenas nas comunidades de Nova Brasília e Fazendinha, onde farão varreduras em busca de armas, drogas e criminosos.
Mas a previsão é que os militares sejam substituídos por policiais em todas as comunidades do Alemão e do complexo vizinho da Penha até o final de junho deste ano. O Exército ocupa os dois complexos de favelas desde novembro de 2010, com o objetivo de preparar as comunidades para a implantação de UPPs.
Segundo a Polícia Militar, o Complexo do Alemão teve uma madrugada tranquila, sem confrontos entre policiais e criminosos que ainda atuam na região. Hoje de manhã, a Companhia de Cães entrará nas favelas para fazer uma varredura.