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RN tem uma morte a cada três horas e meia e bate recorde

Aumento no número de homicídios no ano passado foi de 41% em relação a 2015

Assassinatos: crise nos presídios foi menos importante para a estatística do que problemas estruturais de segurança pública (iStock/Thinkstock)

Assassinatos: crise nos presídios foi menos importante para a estatística do que problemas estruturais de segurança pública (iStock/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de fevereiro de 2017 às 10h49.

Natal - A cada três horas e meia do mês passado, uma pessoa foi assassinada no Rio Grande do Norte. O número de homicídios, cuja maioria teve uma ou mais armas de fogo como instrumento causador, chegou a 208.

No mesmo período do ano passado foram 147 assassinatos. O aumento contabilizado pelo Observatório da Violência Letal Intencional do Rio Grande do Norte (Obvio) chegou a 41,5%.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed) ainda não divulgou os números de homicídios em janeiro.

A morte de 26 presos na maior rebelião da história da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal, engrossou a estatística. Mas não foi, entretanto, a maior causadora do aumento dos casos.

A guerra do tráfico e a falta de estrutura da Segurança Pública são apontados por especialistas como principais causadores da escalda da violência no estado potiguar.

"Continua a sequência de violência iniciada em 2016. A falta de planejamento custa caro e quem paga é o contribuinte. A escassez de investimentos gera mais violência e criminalidade", analisou o especialista em segurança pública e diretor do Obvio, Ivênio Dieb Hermes.

Ele destacou, ainda, que o mês de janeiro de 2017 foi o mais violento desde que os homicídios passaram a ser contabilizados no Rio Grande do Norte.

Nas ruas da capital, os cidadãos ainda temem novos ataques com a saída dos militares das Forças Armadas. Os quase dois mil homens deverão voltar às suas bases neste sábado.

"Eu não acredito que acabou. Os presos podem se rebelar mais uma vez. Quando os militares saírem, poderemos voltar ao pesadelo do mês passado", comentou o professor Kassios Costa. Ele é morador de uma das regiões afetadas pelos atos de vandalismo mês passado, durante a rebelião.

O saldo da destruição entre os dias 14 e 20 de janeiro, conforme dados da Sesed, foi de 26 ônibus e microônibus parcial ou totalmente destruídos pelo fogo.

Cinco carros oficiais depredados e queimados e cinco prédios públicos alvos de ação de vândalos. Desde o dia 21 de janeiro, com a chegada das Forças Armadas, nenhum novo atentado foi registrado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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