Redação Exame
Publicado em 24 de março de 2024 às 09h16.
Última atualização em 24 de março de 2024 às 17h43.
O delegado Rivaldo Barbosa, um dos suspeitos presos na manhã deste domingo, foi chefe de Polícia Civil durante as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, de março a dezembro de 2018. Na época, o Rio estava sob intervenção federal. Rivaldo foi preso em casa, num condomínio em Jacarepaguá.
Foi Rivaldo quem levou ao titular da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Giniton Lages, encarregado do caso e escolhido por ele, a informação de que três delegados da Polícia Federal teriam conseguido achar uma suposta testemunha do crime, mas se tratava de uma farsa, o que foi comprovado pela PF numa apuração paralela, conhecida como "investigação da investigação'".
Na primeira fase do caso Marielle, Rivaldo ligou para Giniton e mandou que ele interrogasse o então policial militar Rodrigo Ferreira, o Ferreirinha, apresentado como testemunha de uma conversa entre Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando da Curicica, e o vereador Marcello Siciliano, em que teriam planejado matar a vereadora. Mas a versão era falsa, como foi confirmado, dez meses depois, numa apuração paralela da Polícia federal, que ficou conhecida como "investigação da investigação".
Dias depois da morte de Marielle, Rivaldo se reuniu com parlamentares da bancada do PSOL para garantir que o crime seria esclarecido o mais rápido possível. Em entrevista, o delegado chegou a dizer: "Nós estamos no caminho certo. A complexidade está na forma de atuação dos assassinos. Mas, a gente está fazendo de tudo para esclarecer essa atividade criminosa".
No último dia 14 de março, a morte da parlamentar e de seu motorista Anderson Gomes completou seis anos, sem uma resolução completa do caso. Os executores do crime já foram presos, mas a polícia investiga quem foi o suposto mandante.
O ex-ministro da Justiça e atual ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, colocou a resolução do caso como uma das entregas da pasta. Empossado em fevereiro como chefe da Justiça, Lewandowski disse que o caso iria avançar em "breve", com informações sobre os mandantes do crime.
Com Agência o Globo.