Energia elétrica: de acordo com nota divulgada, o Comitê avalia que o Sistema Interligado Nacional dispõe de uma "sobra estrutural" de cerca de 9.359 megawatts médios para atender a carga prevista (Marcelo Casal Jr/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 2 de setembro de 2015 às 17h40.
Brasília - O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) informou nesta quarta-feira, 2, que o risco de déficit de energia em 2015 na região Sudeste/Centro-Oeste caiu de 1,2% para zero em setembro.
Depois de ter chegado ao recorde de 7,3% em fevereiro, essa é a primeira vez no ano que o risco para a região é zero em todos os cenários projetados pelo colegiado. O risco de falta de eletricidade para a região Nordeste também segue em zero.
De acordo com nota divulgada, o Comitê avalia que o Sistema Interligado Nacional dispõe de uma "sobra estrutural" de cerca de 9.359 megawatts médios para atender a carga prevista.
Ou seja, a capacidade de produção do parque elétrico brasileiro hoje supera a demanda em quase 10 mil MW médios. Essa análise incorpora novos dados de queda no consumo e a entrada em funcionamento de novos empreendimentos de geração.
Apesar do risco de faltar energia ter sido zerado, o CMSE destacou que as chuvas em agosto ficaram abaixo da média histórica para o período em todas as regiões do País.
Na região Sudeste/Centro-Oeste, as chuvas foram equivalentes a 91% do esperado para o oitavo mês do ano. O mesmo aconteceu nas regiões Sul (80%), Norte (77%) e Nordeste (50%).
Mas, como a quantidade de chuvas no mês de agosto já é bem superior à verificada no primeiro semestre, o nível de água das represas das usinas hidrelétricas continuaram a subir durante o mês passado.
Por isso, o CMSE avaliou que as condições de suprimento de energia ao Sistema Interligado Nacional melhoraram em relação a julho.
Com a melhora nos níveis dos reservatórios das hidrelétricas e a queda na consumo de energia, o CMSE determinou no mês passado o desligamento de 21 usinas térmicas com potência somada 2 mil megawatts médios.
Com a saída do sistema desses empreendimentos com custos de produção de eletricidade (CVU) superiores a R$ 600 por megawatt-hora, a economia estimada pelo governo até o fim do ano foi de R$ 5,5 bilhões.
Isso se refletiu em um desconto no preço da bandeira vermelha a partir deste mês. A mudança, aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na semana passada, trouxe o preço da bandeira vermelha de R$ 5,50 para cada 100 quilowatts-hora consumidos para R$ 4,50.