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Riotur estima 1,1 milhão de turistas no carnaval carioca

No carnaval carioca, serão 469 blocos nas ruas do Rio, em 577 desfiles, com público estimado em 5 milhões de pessoas

Carnaval: O orçamento da prefeitura do Rio para o carnaval é de aproximadamente R$ 55 milhões (Riotur/Marco Antônio Cavalcanti)

Carnaval: O orçamento da prefeitura do Rio para o carnaval é de aproximadamente R$ 55 milhões (Riotur/Marco Antônio Cavalcanti)

AB

Agência Brasil

Publicado em 13 de janeiro de 2017 às 22h39.

A cidade do Rio de Janeiro deve receber 1,1 milhão de turistas para o período do carnaval, de 24 a 28 de fevereiro. A estimativa é da Empresa de Turismo do Município (Riotur), que prevê renda em torno de R$ 3 bilhões, proveniente do movimento de visitantes.

O orçamento da prefeitura do Rio para o carnaval é de aproximadamente R$ 55 milhões. Valor definido pela administração do ex-prefeito Eduardo Paes.

Para Marcelo Alves, presidente da Riotur, não faltará nada na estrutura para as apresentações de escolas de samba, blocos de rua, bandas e eventos populares nos bairros.

Dez dias após tomar posse, o presidente prometeu o melhor carnaval que já ocorreu na cidade, especialmente porque é uma fonte de recursos para melhorar a economia do município.

"O carnaval é o nosso principal produto para alavancar o turismo na nossa cidade", disse ele durante coletiva de imprensa hoje (13) para dar as primeiras informações sobre o esquema para 2017.

Marcelo Alves informou que este ano serão 469 blocos nas ruas do Rio, em 577 desfiles, com público estimado em 5 milhões de pessoas.

Ele admite, contudo, que o total de blocos pode ser alterado, porque ainda está em andamento o processo de cumprimento de exigências para a liberação deles para os desfiles.

A intenção, segundo ele, é garantir segurança, limpeza e descontração dos foliões, mas não será aceito qualquer tipo de desordem, especialmente, quem urina nas ruas. "Vai ser muito rigoroso. Mais do que tolerância zero menos dois", ressaltou.

Ordenamento e segurança

Mário Filippo, do comitê gestor criado para a organização do carnaval, disse que haverá ordenamento e segurança para evitar tumultos com a passagem de blocos independentes que marcam os desfiles por meio de redes sociais e não têm autorização da prefeitura para se apresentar.

"A segurança é garantia, e existe sempre nas regiões. Com relação a banheiros químicos precisa de um planejamento. Então, não há como dar garantias, fora do que foi planejado para a instalação de banheiros. Aí é, realmente, responsabilidade de quem colocar, literalmente, um bloco na rua, prover isso", disse Filippo.

O centro da cidade, a Barra da Tijuca e a zona sul são as áreas com maior número de desfiles de blocos de rua, mas em outras regiões também haverá programação.

A Riotur pretende espalhar opções para toda a cidade, como a Estrada Intendente Magalhães, na zona norte, onde haverá desfiles de escolas de samba dos grupos das séries B, C e D e do Grupo II de Blocos de Enredo, entre sábado e terça-feira.

"É uma atenção maior que a gente está tendo para fazer esse espetáculo que é a renovação das escolas de samba. Tenho muito carinho, muita atenção, para proporcionar conforto, segurança e qualidade do espetáculo", disse o presidente da Riotur.

Tanto que o esquema do carnaval prevê sete unidades de atendimento pré-hospitalar: três no centro, dois em Ipanema/Leblon e dois em Copacabana. Estão incluídas também UTIs móveis.

A apresentação de blocos com maior concentração de público ficou restrita à Rua Primeiro de Março, no centro. Alguns, como o Bloco da Preta, da cantora Preta Gil, tinham pedido para se apresentar na Avenida Presidente Vargas, via de grande movimentação, também no centro, e que tem mais espaço, mas depois de análise dos órgãos que vão participar das operações do carnaval, o local não foi recomendado.

"A Presidente Vargas é ampla no sentido de metragem, quadra e público, mas em logística e acessos para não atrapalhar o VLT, o [Hospital] Souza Aguiar, não atrapalhar a operação de trens, os órgãos públicos, nós nos reunimos e definimos que o melhor caminho, sem dúvida, era a Primeiro de Março", acrescentou.

Para evitar a destruição de canteiros e prejuízo a monumentos durante a passagem dos blocos, o esquema tem 15 mil metros lineares de cercamento e proteção a 16 monumentos.

Carnaval no Boulevard

Outra novidade para este ano é a inclusão do Boulevard Olímpico, na Orla Conde, região portuária, como espaço de atração de foliões.

Marcelo Alves disse que durante os Jogos Rio 2016 o local reuniu grande concentração de moradores e visitantes, e para o carnaval a expectativa é que isso se repita.

Haverá também um palco, na Praça Mauá, para a apresentação de shows de música popular brasileira. A programação está sendo preparada.

Banheiros

A instalação de banheiros químicos, que costuma ser um ponto de discussão frequente quanto à quantidade, a Riotur promete ampliar o número de unidades, mas não revelou quantos serão.

Divulgou apenas que haverá 31,8 mil pontos, o que representa aumento em relação aos 25,46 mil pontos no carnaval do ano passado, mas não foi divulgado os locais para a ampliação, apenas que haverá cabines químicas nas áreas de passagem dos blocos.

Na instalação dos banheiros já está definido que haverá 60 unidades de contêineres sanitários.

Rita Fernandes, presidente da Sebastiana (Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro), afirmou que o número de banheiros é sempre aquém da demanda.

Segundo ela, "o mesmo banheiro que fica dez dias parado em um circuito, em uma rua, é contado dez vezes. Claro que ele está à disposição do folião, mas não pode ser só um banheiro. Tem que ter manutenção, porque na segunda hora não funciona mais. Então, tem toda uma operação, mas já melhorou muito, porque já foi pior".

Ela destacou, porém, que os representantes dos próprios blocos podem ajudar a prefeitura a localizar melhor os banheiros.

Os detalhes técnicos de serviços como segurança e transporte serão anunciados no dia 23, mas o presidente da Riotur adiantou que o sistema de bondes do VLT fará parte do esquema.

Também disse que ainda está preparando um serviço de guias para atender os turistas no período de carnaval.

"A minha ideia é colocar esse transporte não só como fundamental para a cidade, como também colocar um sistema de guias, como fazem em alguns percursos em pontos turísticos, contando ao turista o que significa aquele ponto na cidade. O VLT faz parte, hoje, de um ponto turístico da cidade", revelou.

Financiamento

O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), que representa as escolas do grupo especial, Jorge Castanheira, disse que o financiamento das escolas foi mantido e cada escola do Grupo Especial vai receber R$ 6 milhões.

A liberação dos recursos está acompanhando a prestação de contas das escolas. O presidente revelou ainda que a Liesa está negociando o patrocínio com uma marca de cerveja que será a única marca nos locais de venda da avenida de desfiles.

"Estamos em negociação com algumas empresas e tentando fazer esse tipo de acerto final, porque a logística é muito grande".

Castanheira aproveitou a presença do vice-prefeito e secretário de Transportes, Fernando Mac Dowell, para pedir que os meios de transporte, em especial trens e metrô, tenham esquemas especiais para atender aos integrantes das escolas que precisam se deslocar para desfilar na Passarela do Samba, na Rua Marquês de Sapucaí.

O desfile do Grupo Especial - domingo e segunda-feira - começará às 22h, e das escolas da Série A - sexta e sábado - às 21h30, com término previsto para 5h30 da manhã.

"Tem todo o sistema de transporte funcionando, e acho que não criará nenhum embaraço para o público que vai ao sambódromo", acredita ele.

Enquanto isso, os blocos de rua vão amargar mais um ano sem financiamento da prefeitura do Rio.

O presidente da Riotur admitiu que o problema que precisa ser analisado, e não afastou que em 2018 eles possam ser atendidos nessa reivindicação. Cansada de esperar que o pedido seja atendido, Rita Fernandes prefere aguardar para ver se acontece.

"É pagar para ver. Podia vir pelo menos um pouco dos R$ 3 bilhões que vão entrar na cidade com o carnaval", completou.

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