Esgoto a céu aberto: Rio quer ampliar a rede de saneamento até as Olimpíadas (Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2011 às 18h45.
Rio de Janeiro – Os governos do estado e do município do Rio de Janeiro e a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) assinaram hoje (9) um contrato que permitirá a transferência da responsabilidade da coleta e tratamento de esgoto, em 21 bairros da zona oeste do Rio, para a iniciativa privada. Atualmente, metade do esgoto da região é despejada, inadequadamente, na rede pluvial. Apenas 4% do esgoto recebe tratamento adequado.
A prefeitura do Rio, por meio da Fundação Rio-Águas, fiscalizará a futura empresa vencedora da licitação, prevista para ocorrer em julho. A expectativa é que sejam investidos R$ 1,6 bilhão na quadruplicação das redes e na construção de 19 estações de tratamento e 221 elevatórias.
De acordo com o secretário municipal da Casa Civil, Pedro Paulo Carvalho, a intenção é que, até 2016, a taxa de esgoto coletado e tratado chegue a 40% e, em 25 anos, alcance 90%.
“Nós vamos trazer a iniciativa privada para investir no esgoto para que a gente possa chegar a uma cobertura de 90% numa das principais áreas da cidade. A zona oeste tem 1,8 milhão de habitantes, 30% do município, e apenas 4% de tratamento de esgoto. A OMS [Organização Mundial da Saúde] diz que cada real investido em esgoto representa uma economia quatro vezes maior na saúde”, informou Carvalho.
Segundo o presidente da Cedae, Wagner Victer, a privatização é importante pois, desde 2007, a Cedae não atuava na região. A participação do investimento privado vai aliviar os cofres públicos. ”É importante porque a prefeitura vai conseguir uma parceria com a iniciativa privada e a Cedae deu o apoio técnico na formulação do projeto. Pra gente não muda em nada porque vamos continuar com o abastecimento de água, mas é importante porque a prefeitura se vê livre desse investimento pelo seu caixa”, disse Victer.
Além de colaborar com o meio ambiente, evitando o despejo in natura de esgoto nas baías de Sepetiba e de Guanabara, os investimentos servirão também para atender às exigências do Comitê Olímpico Internacional na organização da Olimpíada de 2016. A zona oeste, que já recebeu os equipamentos dos Jogos Pan-Americanos de 2007, é a região da cidade que vai abrigar o maior número de modalidades esportivas na megacompetição mundial.