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Rio terá recorde de turistas na virada apesar da crise

A forte queda do valor da moeda brasileira frente à americana em 2015, de quase 46%, beneficia o turismo do Rio de todos os lados


	Turismo: "Os turistas brasileiros lideram a ocupação dos hotéis do Rio neste ano, com 70% das reservas"
 (Alexandre Macieira/ Riotur)

Turismo: "Os turistas brasileiros lideram a ocupação dos hotéis do Rio neste ano, com 70% das reservas" (Alexandre Macieira/ Riotur)

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Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2015 às 10h51.

Rio de Janeiro - O Rio de Janeiro hospedará na quinta-feira, em sua famosa festa de virada do ano, um recorde de 857 mil turistas, que gastarão previsivelmente US$ 670 milhões, um alívio em meio à grave recessão vivida pelo Brasil e que obedece basicamente ao atrativo que para os visitantes representa a desvalorização do real.

A forte queda do valor da moeda brasileira frente à americana em 2015, de quase 46%, beneficia o turismo do Rio de todos os lados, já que barateia as visitas dos estrangeiros e não incentiva as viagens dos brasileiros para o exterior.

"Os turistas brasileiros lideram a ocupação dos hotéis do Rio neste ano, com 70% das reservas", disse à Agência Efe o presidente da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH) no Rio de Janeiro, Alfredo Lopes.

Para Lopes, isso corresponde à decisão de milhares de turistas brasileiros de substituir as viagens ao exterior, encarecidas pelo dólar, por uma temporada na "Meca" turística do país.

Segundo as estatísticas da ABIH, 80% dos quartos de hotel do Rio de Janeiro já estão reservados para o 'Reveillón', e essa porcentagem se eleva até 90% em bairros como Copacabana e Ipanema.

De acordo com Lopes, o número de quartos reservadas pelos turistas para a festa do Reveillón deste ano é 12% superior à de 2014, apesar do número de quartos de hotel ter aumentado significativamente com a inauguração dos hotéis construídos para os Jogos Olímpicos que o Rio organizará em 2016.

"A expectativa para o Reveillón é excepcional porque o Rio de Janeiro aumentou sua oferta em 3 mil quartos e alcançou uma taxa de ocupação 12% superior à do ano passado", destacou Lopes.

Para o líder dos hoteleiros do Rio de Janeiro, trata-se de números expressivos em meio à crise vivida pelo Brasil, cuja economia entrou em recessão e que, segundo as últimas projeções, se contrairá 3,7% este ano e 2,81% em 2016.

A contração deste ano será a maior sofrida pelo Brasil nos últimos 25 anos.

A maior economia da América Latina também sofre com inflação e desemprego crescentes, assim como com um déficit recorde nas contas públicas, o que levou às agências de classificação de risco a retirar do país o "grau de investimento" que o garantia como bom pagador.

O Reveillón, segundo maior evento turístico de Rio depois do Carnaval, nunca tinha atraído tantos turistas brasileiros e estrangeiros como neste ano, quando espera-se que 2,5 milhões de pessoas ocupem as praias de Copacabana e de Barra da Tijuca para festas grandes com espetáculos musicais e pirotécnicos.

À tradicional festa de Copacabana, que contará com 16 minutos de queima de 24 toneladas de fogos de artifício, se soma neste ano uma festa similar na Barra de Tijuca, o bairro que mais hotéis construiu nos últimos meses já que concentrará a maioria das instalações para os Jogos Olímpicos de 2016.

A festa deste ano será especial não só por se tratar da despedida do ano em que são lembrados os 450 anos de fundação do Rio de Janeiro, mas também de boas-vindas para 2016, o ano dos Jogos Olímpicos de Rio e do centenário do primeiro registro oficial de um samba.

Segundo as previsões da secretaria municipal de Turismo do Rio de Janeiro, quase 70% dos 857 mil turistas esperados procederá de outras cidades brasileiras.

O secretário de Turismo, Antonio Figueira de Mello, disse que, dos estrangeiros, grande parte verá o espetáculo de fogos de artifício desde os dez grandes navios cruzeiros que chegaram esta semana ao Rio de Janeiro.

Segundo informações procedentes da Argentina, a demanda por pacotes turísticos adquiridos pelos vizinhos que querem passar o verão austral de 2016 no Brasil aumentou em 50% contra o de 2015 tanto pela desvalorização do real como pela decisão do governo argentino de dar fim à política que dificultava a compra da moeda estrangeira.

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