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Rio se prepara para abrir hospital específico para o coronavírus

Hospital será inaugurado em 30 ou 40 dias, com 75 leitos. Pacientes só irão para o novo local encaminhadas por outras unidades de saúde

Rio: 17 casos suspeitos do novo coronavírus (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Rio: 17 casos suspeitos do novo coronavírus (Fernando Frazão/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de fevereiro de 2020 às 12h14.

Última atualização em 29 de fevereiro de 2020 às 12h15.

O secretário de Saúde do Rio, Edmar Santos, anunciou que o governo fluminense vai inaugurar, em 30 ou 40 dias, um hospital com 75 leitos que poderão ser dedicados exclusivamente às vítimas do Covid-19, variedade do coronavírus vinda da China. Ele não quis revelar, porém, onde será a nova unidade, para evitar atrair interessados em atendimento direto. As pessoas, explicou, só irão para lá encaminhadas por outras unidades de saúde. Santos também anunciou que o Rio investiga dezessete casos suspeitos.

"Hoje é impossível prever quantos leitos serão necessários (para atender às vítimas da doença)", afirmou o secretário. "Pode ser que seja preciso usar toda a rede pública e até a rede particular, como pode ser que o número de vítimas seja menor.

Dos casos suspeitos, oito estão na capital (seis moradores e dois turistas); quatro, em Niterói, na Região Metropolitana (três moradores e uma pessoa que ainda não se sabe se mora ou estava apenas de passagem pela cidade). As demais estão em municípios da Baixada Fluminense e interior: um em Macaé, um em Resende, um em Maricá, um em Nova Friburgo e um em Nova Iguaçu.

O caso de Nova Iguaçu é um dos dois nos quais os exames iniciais descartaram que a gripe tenha sido causada por um vírus comum, como o influenza. Esse resultado não confirma, porém, que se trate do Covid-19. Para essa confirmação, são necessários exames complementares, que estão sendo feitos. Sobre os outros 15 casos o secretário ainda não dispunha do resultado dos exames iniciais.

Como não há nenhum caso confirmado, e o coronavírus não está circulando pelo Estado, o estágio de combate ao problema no Rio de Janeiro ainda é o zero, numa graduação que vai até três.

"A fase um será atingida quando houver a constatação de algum caso ou o vírus for detectado em circulação pelo Estado", disse o secretário, na tarde desta sexta-feira, 29, no Palácio Guanabara (sede do governo do Estado), em Laranjeiras (zona sul do Rio). "A fase dois começará quando houver uma epidemia instalada, ainda de pequenas proporções; e a três será atingida se houver uma epidemia de grandes proporções. Espero que não cheguemos a essa situação".

O governo do Estado monitora pessoas que chegam ao Rio vindas de países onde o vírus já circula. Nesta sexta-feira, uma pessoa que desembarcou no aeroporto do Galeão (zona norte do Rio) com sintomas de gripe, vinda de um país do Oriente Médio onde há casos de coronavírus, foi abordada por uma equipe da Secretaria de Saúde.

Também nesta sexta-feira foi descartada a contaminação pelo coronavírus de um casal de franceses que estava internado em Paraty, na Costa Verde fluminense. Segundo Santos, o casal apresentou sintomas de gripe, procurou atendimento na rede municipal de saúde de Paraty espontaneamente e foi internado, mas tentou sair do hospital antes de haver um diagnóstico. Por isso, a prefeitura recorreu à Justiça para impedir que eles deixassem a unidade de saúde.

"A Justiça determinou que eles ficassem internados até que saísse um diagnóstico", disse Santos. Exames indicaram que a gripe do casal foi causada pelo vírus Influenza A, e então eles foram liberados.

O delegado Delmir Gouvea, diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada, também participou da coletiva e anunciou que a Polícia Civil investiga pessoas que divulgam intencionalmente notícias falsas sobre o coronavírus. A conduta pode caracterizar contravenção penal ou mesmo crime, dependendo das características e do resultado produzido.

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