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Rio quer envolver a população no debate sobre homofobia

O aumento do número dos chamados crimes de ódio contra a população LGBT entre 2011 e 2012 em junho passado, motivou o ciclo de debates Discutindo a Homofobia


	Bandeira arco-íris: iniciativa da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual (Ceds), a série de debates objetiva levar o tema homofoibia à sociedade para que ela saiba o que está ocorrendo
 (Fernando Frazão/ABr)

Bandeira arco-íris: iniciativa da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual (Ceds), a série de debates objetiva levar o tema homofoibia à sociedade para que ela saiba o que está ocorrendo (Fernando Frazão/ABr)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 18h00.

Rio de Janeiro - O aumento de 46,6% do número dos chamados crimes de ódio contra a população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros) entre 2011 e 2012, divulgado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH) em junho passado, motivou o ciclo de debates Discutindo a Homofobia, que será iniciado hoje (3) à noite, no Parque Madureira, zona norte do Rio.

O Relatório sobre Violência Homofóbica 2012 da SDH aponta crescimento de 166,09% das denúncias de violações contra a população LGBT de um ano para o outro, com expansão de 183,19% do número de vítimas no período.

Iniciativa da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual (Ceds), da prefeitura carioca, a série de debates objetiva levar o tema à sociedade para que ela saiba o que está ocorrendo e também possa ser ouvida.

“Só um esforço coletivo para poder combater esse mal, porque ele passa pela impunidade e vem relacionado com o aumento de pronunciamentos de incitação ao ódio”, disse à Agência Brasil o coordenador especial da Diversidade Sexual, Carlos Tufvesson.

Com 17 anos de militância na luta pelos direitos civis, Tufvesson avaliou que nunca os dados foram tão alarmantes. Para ele, os números mostrados pelo relatório “deixam o Brasil em uma situação incômoda em relação a crimes de ódio”.

O coordenador alertou que a relação de causa e efeito dessas violações é imediata. “Estão em alta o racismo, o machismo, a intolerância religiosa. Nós estamos virando um país intolerante e fundamentalista. Isso é muito grave”, definiu. Preocupado, porque não vê eco desses fatos na mídia, Tufvesson considerou que isso estimula a impunidade. “Isso compromete o futuro do país”.


O debate será transmitido ao vivo pela internet para as Naves do Conhecimento de Santa Cruz, Vila Aliança, Madureira, Irajá e Penha e para todo o país, graças à parceria com a Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia, e será aberto à participação dos internautas.

O link para exibição é http://aovivonaweb.tv/ceds. As Naves do Conhecimento são centros da prefeitura que oferecem oficinas e cursos a jovens de comunidades carentes.

Carlos Tufvesson defendeu a opção de ouvir o que a população tem a dizer sobre a homofobia, “porque é importante acharmos soluções conjuntas”. Lembrou que a campanha deste ano da Ceds contra o preconceito, lançada em maio, já alertava que esse é um problema de todos e não só dos homossexuais.

O coordenador acredita que as soluções que forem encontradas no Rio de Janeiro poderão ser replicadas para outros lugares do país.

De acordo com o relatório da SDH, o maior aumento de denúncias de homofobia (1.657%) em 2012, em relação ao ano anterior, foi detectado em Mato Grosso. Em seguida, aparecem Rondônia, com 550%, e o Distrito Federal, com 431,11%. O único estado que mostrou queda de denúncias, em comparação a 2011, foi o Piauí (-36,45%).

O próximo debate da série deverá ocorrer na véspera da Parada do Orgulho Gay do Rio de Janeiro, programada para o dia 13 de outubro.

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