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Rio pode ter recorde de casos de microcefalia este ano

Caso três nascimentos ocorram ainda este ano, 2015 pode registrar o recorde de casos de microcefalia no estado


	Zika: desde 18 de novembro, o RJ tornou obrigatória a notificação de gestantes que apresentem manchas vermelhas no corpo
 (James Gathany/Wikimedia Commons)

Zika: desde 18 de novembro, o RJ tornou obrigatória a notificação de gestantes que apresentem manchas vermelhas no corpo (James Gathany/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2015 às 20h30.

Rio de Janeiro - O Rio de Janeiro identificou este ano 21 casos de microcefalia em bebês, sendo que 18 crianças já nasceram e três tiveram a identificação intrauterina.

Os dados foram divulgados hoje (30) pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), após o Ministério da Saúde confirmar a relação entre o vírus Zika e os casos da doença no nordeste do país.

De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Felipe Peixoto, caso esses três nascimentos ocorram ainda este ano, 2015 pode registrar o recorde de casos de microcefalia no estado.

“Temos uma média de registro de microcefalia no nosso estado de 12,8 anual, de uma série que é feita desde 2006. Nós tivemos o recorde de notificações até o ano de 2013, com um total de 19 notificações. Então, ampliamos um pouco mais as análises e as informações para este ano, tendo em vista os casos do Nordeste”.

Desde o dia 18 de novembro, o Rio de Janeiro tornou obrigatória a notificação de gestantes que apresentem manchas vermelhas no corpo, um dos sintomas do vírus Zika.

De lá até hoje, foram feitos 75 registros deste tipo, mas apenas um, até o momento, foi confirmado como Zika e o bebê não apresenta microcefalia.

De acordo com o subsecretário em vigilância em saúde, Alexandre Chieppe, no Rio de Janeiro ainda não foi possível estabelecer a relação entre o vírus Zika e a microcefalia, mas os casos ainda estão em análise.

Ele afirma que o estado passa por um surto de Zika, mas os números para microcefalia não podem ser considerados da mesma forma.

“De Zika, não tenho dúvida de que o Brasil vive hoje um surto. No estado do Rio de Janeiro, já há uma circulação de Zika vírus. Como é o primeiro ano que circula no estado, já podemos considerar um surto. O que o Rio de Janeiro não tem hoje é um surto de microcefalia, como foi definido pelo Ministério da Saúde no Nordeste. Hoje, os números não permitem afirmar que temos um aumento significativo dos casos de microcefalia quando comparado com os anos anteriores. É o primeiro ano que circula o Zika vírus. Então, se você tem o aumento do número de casos para uma doença nova já é considerado surto”.

O secretário informou que serão divulgados balanços semanais sobre as notificações de suspeita e confirmações de Zika em gestantes e de microcefalia no estado, sempre às quartas-feiras.

Também foi montada uma equipe de resposta rápida, com plantão 24 horas por dia, para receber as notificações das unidades de saúde.

A secretaria programou uma série de ações de conscientização e combate aos focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus da dengue e do Zika.

No dia 8, às 10h, será lançada a campanha 10 Minutos Salvam Vidas, no Palácio Guanabara, e a Secretaria de Estado de Saúde promove o Dia D contra o mosquito no dia 12.

No dia 8, haverá uma reunião dos secretários municipais de Saúde do estado, e no dia 10, o encontro de Vigilâncias Epidemiológicas dos municípios.

Para as grávidas, a recomendação é para redobrarem os cuidados para evitar picadas do mosquito, que tem maior atividade de manhã e no final da tarde.

As gestantes devem usar roupa de manga comprida, repelente e colocar telas nas janelas, além de eliminar os pontos de água parada dentro de casa.

Segundo Alexandre Chieppe, as causas da microcefalia ocorrem na primeira metade da gravidez, mas a identificação da doença no feto ocorre na segunda metade.

A doença é uma condição rara e não reversível em que o bebê nasce com o crânio menor do que o tamanho normal, o que pode levar a um atraso no desenvolvimento neurológico e psicomotor.

A microcefalia está associada, na maioria dos casos, a infecções adquiridas durante a gravidez, como toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus, além de abuso de álcool e drogas e síndromes genéticas.

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