Felipe Góes, José M. Beltrame, Zeca Borges e a editora de EXAME Roberta Paduan
Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2011 às 13h28.
Rio de Janeiro - A prefeitura do Rio de Janeiro, em conjunto com o governo estadual, vai investir 20 bilhões de reais para urbanizar todas as favelas da cidade e integrá-las ao município até 2020. Inicialmente, dois bilhões de reais estão previstos para apressar o projeto até 2016, quando a capital fluminense receberá as Olimpíadas.
"O renascimento do Rio aconteceu quando a cidade foi escolhida para sediar os jogos", disse o secretário municipal de Desenvolvimento do Rio de Janeiro, Felipe Góes. Ele participou de um debate sobre segurança pública durante o Exame Fórum, realizado nesta terça-feira (5/10). Segundo o secretário, parte deste renascimento virá com a melhoria na segurança, ao haver a urbanização das comunidades carentes.
Por meio do projeto "Morar Carioca", a prefeitura levará a mais de 150 mil domicílios localizados nestas áreas serviços de água, saneamento e energia elétrica. Outro projeto, batizado de "Empresa Bacana", ajudará pequenos empreendimentos irregulares a acertar sua situação, não apenas concedendo registro, mas fornecendo também informações de gestão e contabilidade. "Em duas comunidades do Rio já regularizamos mais de 500 empresas, ou seja, há demanda", disse o secretário.
UPPs
Góes lembrou ainda da necessidade de se aliar iniciativas sociais a um combate efetivo do crime, por meio de ações integradas. O grande exemplo citado foi a atuação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), grupos policiais presentes nos morros para desarticular quadrilhas.
Apesar de reconhecer o sucesso desta iniciativa, o secretário estadual de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, enfatizou que elas "não são a solução de tudo". "Hoje dá certo, mas tem muito o que se fazer. Há uma série de outras medidas que foram ofuscadas pelas UPP, mas que devem andar em conjunto com ela", afirmou.
Beltrame declarou que há um projeto de estabelecer outras 40 UPPs nos morros até 2014. Atualmente, existem 12 unidades em operação nas favelas. De acordo com o secretário, esta tende a ser uma "política de estado" que terá continuidade independente de uma eventual mudança na secretaria.
Imagem
Além de preocupar os habitantes e autoridades da cidade por razões óbvias, a questão da segurança traz consigo um risco de imagem do Rio de Janeiro. Zeca Borges, superintendente do "Disk Denúncia" e presidente do Instituto Brasileiro de Combate ao Crime (IBCC), diz que a cidade sofre com as críticas dos estrangeiros e dos próprios cariocas.
"O Rio sofre bullying. Os empresários se acostumaram a falar mal da cidade. Os índices de criminalidade são altos, mas o processo de combate é importante. Não precisamos esconder estes problemas, mas todos devem saber que tem havido queda de crimes na cidade toda", afirmou Borges.
Para recuperar esta imagem, todos os debatedores concordaram na necessidade de integração. Em primeiro lugar, dos governos federal, estadual e municipal. Depois, entre o poder público e a iniciativa privada. Na opinião do secretário municipal de desenvolvimento Felipe Góes, os empresários mais próximos precisam ajudar no processo de reconstrução da atividade econômica. "Ao verem os dados, a melhora da situação, eles podem nos ajudar a multiplicar a nova imagem", disse.
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