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Jogos 2016 já são realidade no Rio, mas ainda há problemas

O orçamento tem se mostrado insuficiente, o Comitê Rio-2016 tem passado por sucessivas revisões de custos para se adequar à projeção financeira


	Rio 2016: problemas de ordem financeira, cobranças em torno da baía de Guanabara e rompimento de contratos de obras em reta final de execução prometem ainda dar dor de cabeça aos organizadores
 (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Rio 2016: problemas de ordem financeira, cobranças em torno da baía de Guanabara e rompimento de contratos de obras em reta final de execução prometem ainda dar dor de cabeça aos organizadores (Tomaz Silva/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2016 às 10h37.

Rio - A exatos seis meses da cerimônia de abertura dos Jogos, a cidade do Rio já começa a ganhar a cara definitiva de cidade olímpica.

Enquanto as obras de mobilidade urbana ainda fazem das vias da capital fluminense um enorme canteiro de obras, a maioria das instalações já é uma realidade.

Mas problemas de ordem financeira, cobranças em torno da baía de Guanabara e rompimento de contratos de obras em reta final de execução prometem ainda dar dor de cabeça aos organizadores.

A conta oficial da Olimpíada chegou a R$ 39,07 bilhões na semana passada. O valor é dividido em três partes: Comitê Rio-2016 (R$ 7,4 bilhões), instalações olímpicas (R$ 7,07 bilhões) e obras públicas de legado (R$ 24,6 bilhões).

Mesmo as cifras bilionárias já apresentadas têm se mostrado insuficientes. O Comitê Rio-2016, cujo orçamento é estritamente privado, tem passado por sucessivas revisões de custos para se adequar à projeção financeira.

Os ajustes atingem todas as áreas, da comida que será servida à "família olímpica" aos carros que a transportarão. O plano inicial era que 5 mil veículos seriam usados. Agora, serão 4 mil. Já o programa de voluntários teve redução de quase 30% - a intenção era selecionar 70 mil, mas agora serão 50 mil.

Nesta corda bamba financeira, os últimos seis meses prometem ser de cobranças. Apesar de 14 instalações olímpicas estarem finalizadas - cinco praticamente prontas e nove passando por adequações -, algumas delas acendem o sinal amarelo, como o Velódromo e a Arena da Juventude.

O porcentual de execução de ambos está em 80%. Problemas em Deodoro são admitidos pelo próprio prefeito Eduardo Paes (PMDB), de notório discurso otimista quando o assunto são os Jogos.

Em meio a obras finalizadas ou ainda inacabadas, o Rio-2016 já realizou 22 eventos-teste. Mais 23 estão previstos até maio.

Um dos principais pontos analisados é a área de competição e em pelo menos um deles houve descontentamento geral entre os competidores: em outubro, atletas de diversos países vieram para o evento-teste de BMX e se recusaram a competir porque consideraram a pista muito perigosa. O traçado foi refeito do dia para a noite, mas o teste acabou incompleto.

BAÍA - A competição de vela é uma das que mais preocupa por causa da má qualidade das águas da baía de Guanabara, embora o governo do Estado do Rio de Janeiro e o comitê assegurem boas condições na Olimpíada.

"Até os Jogos serão inauguradas a galeria de cintura da Marina da Glória, sistema que garantirá o fim dos lançamentos clandestinos de esgotos naquela área, e a Unidade de Tratamento de Rio, que passará a tratar as águas poluídas do Rio Irajá que deságuam na baía", informou o governo em nota.

O comunicado informa ainda que a maior preocupação para os Jogos é o lixo flutuante. "Para garantir um espelho d’água sem lixo, estão sendo construídas 17 novas ecobarreiras", disse o governo. Dez ecobarcos também estão em funcionamento.

Dar respostas satisfatórias sobre a poluição das águas da baía sempre foi um dos grandes desafios da organização. A degradação do mar divide as preocupações da comunidade internacional com a proliferação do zika vírus.

Na última terça-feira, em uma das mais concorridas coletivas já realizadas pelo Rio-2016, 38 jornalistas estrangeiros estiveram presentes. Quatro fizeram perguntas - três sobre o zika e uma sobre a poluição da baía.

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