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Rio investirá R$ 900 milhões em áreas pacificadas

As ações, segundo o prefeito Eduardo Paes, vão beneficiar cerca de 770 mil moradores que vivem em 30 regiões pacificadas da cidade


	UPP Pavão-Pavãozinho: educação, saúde e urbanização são serviços prioritários, diz Paes
 (Ricardo Moraes/Reuters)

UPP Pavão-Pavãozinho: educação, saúde e urbanização são serviços prioritários, diz Paes (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2014 às 19h32.

Rio de Janeiro - O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciou hoje (8), na Rocinha, zona sul da capital fluminense, os investimentos em educação, saúde e urbanização nas comunidades da cidade até 2016.

Ele disse que serão aplicados R$ 900 milhões nas áreas com unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

O projeto Rio+Social vai investir R$ 888 milhões, nos próximos dois anos, na construção de escolas e espaços de desenvolvimento infantil e clínicas da família, além de obras de urbanização e infraestrutura.

As ações, segundo ele, vão beneficiar cerca de 770 mil moradores que vivem em 30 regiões pacificadas da cidade.

Paes lançou também a pedra fundamental de uma unidade escolar que será construída na Rocinha para atender em torno de 500 alunos - metade em cada turno.

A obra, que deve durar 11 meses, custará R$ 4,3 milhões. A escola terá sete salas de aula, espaço integrado com biblioteca e sala de informática, laboratório de ciências e parque infantil.

De acordo com o prefeito, as questões sociais em comunidades já pacificadas são muito importantes. Por isso, os investimentos em escolas, unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) e outros serviços começaram primeiro.

Ele deu como exemplo a comunidade do Complexo da Maré, na zona norte do Rio, onde 95% são de área urbanizada, com ruas asfaltadas, iluminação pública e 100% incluídas no Programa Saúde da Família.

“Foi uma das poucas áreas que, ao entrar na prefeitura, já tinha esse Programa de Saúde da Família, viabilizado por meu antecessor. É importante que a gente conheça aquilo que está sendo feito e cobre, pois o serviço tem que ser melhorado; mas é importante também que se vá à raiz do problema, e não [simplesmente] justifique a violência no Rio, a criminalidade, a força do poder paralelo, pela completa ausência do Estado", disse.

Paes destacou que educação, saúde e urbanização são serviços prioritários nas regiões pacificadas.

"A gente quer levar educação, saúde; a gente quer levar a urbanização, o fim de deslizamentos e outros serviços. Na educação, a prefeitura do Rio, desde 2009, construiu 61 unidades nas áreas pacificadas: escolas ou espaços de desenvolvimento infantil. Criou 15 mil vagas desde o processo de pacificação".

No seu entender, serviços de saúde, educação, urbanização, iluminação, coleta de lixo, pavimentação, redes de esgoto e de água, bem como a eliminação de áreas de risco são fundamentais para melhorar a vida das comunidades, pois "nenhuma área da cidade deve correr algum risco. Esse é o nosso principal objetivo".

Segundo o prefeito, cada comunidade tem uma questão diferente, mas ele pretende levar os serviços básicos para todas as áreas da cidade. Inclusive as sem a presença de traficantes.

"É algo sempre muito contestado, que ainda não ficou muito claro para a sociedade, o esforço que vem se fazendo em relação a todas as comunidades do Rio; aquilo que a prefeitura já fez e que ainda pretende fazer. Há sempre uma constatação ou argumento utilizado permanentemente, tentando justificar todos os problemas da criminalidade, da ausência do poder policial do Estado, do controle da legalidade, até a ausência de investimentos sociais. Os números e dados que temos mostram tudo que a prefeitura já fez, em todas as comunidades, desde o início do processo de pacificação", disse.

O prefeito admitiu que ainda há muito por fazer na cidade, e acrescentou que a cobrança por serviços de qualidade deve ser permanente em todas as regiões, e não apenas onde é forte a questão da violência.

“Nós reconhecemos que faltam muitas coisas, ainda, nas comunidades pacificadas, como faltam também em outros bairros. Não é uma característica ou peculiaridade das áreas dominadas pelo tráfico de drogas, pela criminalidade, a ausência de serviços públicos. É sempre um desafio. Tem determinados bairros da cidade em que os serviços públicos são até piores do que em áreas pacificadas, e nunca foram dominados pelo crime. Se você olhar o índice de atendimento de crianças em creches, eventualmente em áreas pacificadas tem mais vagas do que em outros bairros”, explicou.

Eduardo Paes também analisou o crescimento de unidades de saúde na cidade.

Ele disse que quando assumiu a prefeitura, em 2008, havia cobertura de apenas 3% das ações de saúde da família na cidade. Hoje a cobertura chega a 44% e a meta é atingir 70% até 2016.

Mas, nas áreas pacificadas, o índice de cobertura atual já atinge 73% em média, pois a prefeitura construiu 19 clínicas da família e reformou 23 centros de saúde, além de instalar sete UPAs, detalhou.

De acordo com o prefeito, levantamento do Tribunal de Contas do Município aponta que um terço das escolas municipais está em condições precárias de funcionamento; é uma amostragem. Ele disse que a prioridade da prefeitura é investir para recuperar e qualificar essas escolas.

"Nós vamos construir quase 200 escolas ao longo dos próximos anos, pois a gente tem que trabalhar para ajustar essas coisas. Esse trabalho do tribunal é superimportante, a gente pega e vê detalhes. De quase 1.600 unidades do município, eles pegam menos de 200 para analisar, então a gente vai continuar e trabalhar", disse.

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