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Rio está sem vacina pentavalente; ministério diz que regularizará situação

Aplicação da vacina pentavalente faz parte do calendário nacional de imunização e ocorre em três doses: quando os bebês completam dois, quatro e seis meses

Vacina: pentavalente protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e outras infecções causadas pela bactéria Haemophilus influenzae tipo B (Jeffrey Hamilton/Thinkstock)

Vacina: pentavalente protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e outras infecções causadas pela bactéria Haemophilus influenzae tipo B (Jeffrey Hamilton/Thinkstock)

AB

Agência Brasil

Publicado em 23 de março de 2018 às 19h02.

As unidades municipais de saúde do Rio de Janeiro registram desabastecimento total da vacina pentavalente. O imunizante está em falta em todos os postos da cidade. O desabastecimento foi confirmado pela Secretaria Municipal de Saúde. O órgão argumenta que a responsabilidade pelo fornecimento é do Ministério da Saúde, que por sua vez diz que está trabalhando para regularizar a situação.

A aplicação da vacina pentavalente faz parte do calendário nacional de imunização e ocorre em três doses: quando os bebês completam dois, quatro e seis meses. Ela protege contra cinco doenças: difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e outras infecções causadas pela bactéria Haemophilus influenzae tipo B, entre elas a meningite.

"Vacinas combinadas são uma tendência mundial. O calendário da criança cresceu em número de doses e de aplicações e é preciso otimizar. Isso não é novo. Essas vacinas já são usadas há muito tempo. Mas cada vez temos mais combinações", explicou a médica Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

De acordo com ela, nos últimos três anos, o Brasil vem registrando diversos casos de descontinuidade na distribuição da vacina pentavalente. Como ainda não é desenvolvido no país, o imunizante precisa ser importado.

Isabella disse que a produção em diversos países tem enfrentado problemas, impactando no mercado mundial e tem levado o Brasil a buscar fornecedores na Índia.

"A falta da vacina preocupa porque, se for por muito tempo, [a criança] pode perder cobertura vacinal. Atrapalha também a adesão da população. Quem vai ao posto e não encontra a vacina, nem sempre volta. E isso também pode levar a uma redução da cobertura", alertou.

Hoje, as cinco doenças cobertas pela vacina estão controladas no país. Para não haver reversão desse quadro, a SBIm pede que os pais não deixem de buscar novamente a vacina polivalente uma vez que o abastecimento se regularize.

A Agência Brasil apurou que o problema se repete em Niterói. Postos de saúde contatados informaram estar desabastecidos. Na rede privada do município, a Clínica Imunológica informou que cobra R$270 pela vacina. Já em uma unidade da Clínica Prophylaxis, sediada na capital, o valor é R$ 325.

O Ministério de Saúde informou que mantém a distribuição de vacinas em todo o país e está trabalhando para regularizar os estoques em casos pontuais.

"No caso da pentavalente, já foi autorizado o envio de 1,2 milhão de doses para todo o país, sendo 90 mil para Rio de Janeiro", informou em nota. De acordo com a pasta, as doses chegarão aos estados nos próximos dias.

Por sua vez, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) disse ter recebido do Ministério de Saúde uma nova remessa no dia 15 de março e que a vacina está disponível para retirada dos municípios. O órgão, porém, não informou se as prefeituras do Rio de Janeiro e de Niterói retiraram o imunizante.

Medicamentos

A falta de insumos e medicamentos tem sido um problema recorrente nas unidades de saúde do Rio de Janeiro. Em dezembro do ano passado, conselhos regionais profissionais de medicina, nutrição, fonoaudiologia e fisioterapia se mobilizaram para manifestar receio com a situação na capital, considerada preocupante.

Além da falta de pessoal em diversos hospitais, eles alegavam que 200 medicamentos, entre eles os voltados para pacientes com pressão alta e diabetes, estavam em falta mas unidades de atenção básica.

Na quinta-feira (23), o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, anunciou um investimento de R$ 37 milhões para a compra de medicamentos. "A nova remessa contempla 150 do total de 175 itens que compõem a grade da atenção primária, lista de remédios distribuídos aos pacientes das Clínicas da Família e dos Centros Municipais de Saúde", informou a prefeitura. Os remédios devem chegar até o dia 9 de abril.

Ainda de acordo com o município, outros R$ 110 milhões haviam sido destinados em novembro do ano passado para o mesmo fim e os estoques estão sendo repostos.

Os pacientes que enfrentarem problemas devem registrar reclamação através do Disque-Remédio, canal de comunicação criado em janeiro e que funciona através do telefone (21) 2599-4760.

 

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