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Rio distribui cartilha de desocupação de áreas de risco

No verão de 2011, centenas de moradores morreram e milhares ficaram desabrigados e desalojados, na maior tragédia climática da história do País.


	Carlos Minc: hoje, o secretário estadual do Ambiente do Rio esteve em Petrópolis, para participar de um simulado de enchentes com os moradores 
 (Abr)

Carlos Minc: hoje, o secretário estadual do Ambiente do Rio esteve em Petrópolis, para participar de um simulado de enchentes com os moradores  (Abr)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2013 às 20h19.

Rio - Com a formação de áreas de instabilidade sobre o Rio e a ameaça de fortes chuvas para os próximos dias, a Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) distribuiu 1,7 mil kits com cartilha explicativa, ímã de geladeira com orientações para desocupação, pasta impermeável para guardar documentos e uma capa de chuva, em áreas de risco de Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo, na Região Serrana. 

No verão de 2011, centenas de moradores morreram e milhares ficaram desabrigados e desalojados, na maior tragédia climática da história do País.

As obras nas áreas de risco, no entanto, até hoje não foram concluídas.

O valor investido nos kits não foi informado pela SEA. J

á a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) afirmou que oferece bolsa de 300 reais para cada um dos 60 monitores que participam do curso de capacitação com o objetivo de guiar os moradores em caso de enchentes, deslizamentos e outros acidentes nas três cidades.

Nesta terça-feira, 10, o secretário estadual do Ambiente do Rio, Carlos Minc, esteve no Vale do Cuiabá, em Petrópolis, para participar de um simulado de enchentes com os moradores.

Apesar da sirene da Defesa Civil e dos apitos dos monitores e voluntários, a adesão foi pequena.

"Não acho que esses kits façam diferença. Estamos acostumados com as chuvas e já sabemos como agir", afirmou a dona de casa Rosângela Cabral, moradora da região. De acordo com Rosângela, as medidas são apenas paliativas.

Na quinta-feira, 5, ela quase perdeu o marido durante as fortes chuvas que caíram sobre o Estado. A água invadiu a casa onde mora com o companheiro e os quatro filhos e chegou até metade da parede.

Um vizinho chegou a tempo e conseguiu resgatar o marido de Rosângela. A casa da dona de casa, assim como da maioria dos moradores do Vale do Cuiabá, fica às margens do Rio Cuiabá.


No entanto, a mata ciliar, que deveria servir de proteção e contenção da água, foi retirada de diversos trechos, deixando uma grande área livre para a água chegar até as residências.

Desde 2011, são feitas obras de alargamento de calha nos Rios Carvão, Santo Antônio e Cuiabá. Outras obras importantes como as de reconstrução de pontes, construção de moradias e reflorestamento não foram executadas.

Apesar dos investimentos em obras e da distribuição dos kits, o assessor de Meio Ambiente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ), Adacto Benedito, afirma que o trabalho emergencial não é eficaz e teme outras tragédias. Segundo Benedito, o mais eficaz seria fazer obras preventivas e, nas épocas de estiagem, reflorestar as áreas de preservação permanentes.

"Para controlar as enchentes, basta cumprir a lei. O Código Florestal estabelece as normas a serem cumpridas e as áreas a serem preservadas, mas não é seguido."

Ele afirma que seria melhor atuar nas bacias hidrográficas e construir barragens contra cheias nos rios e morros. Desde ontem, o Sistema de Alerta de Cheias do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) mantém todos os rios em estado de atenção.

Na capital fluminense, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, comentou a situação dos moradores da serra. "Apesar das restaurações, ainda há muitos problemas de ocupação ilegal em áreas de preservação permanente, como as beiras de rios.

As cidades precisam ser mais sustentáveis, regularizar a situação dessas pessoas e ter um sistema de alerta de chuva." (Colaborou Roberta Pennafort)

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