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RJ está sem monitoramento da qualidade do ar há uma semana

O sistema de monitoramento da qualidade do ar no município do Rio de Janeiro (MonitorAr) está inoperante há uma semana.


	Rio de Janeiro: o sistema de monitoramento da qualidade do ar no município (MonitorAr) está inoperante há uma semana
 (Thinkstock)

Rio de Janeiro: o sistema de monitoramento da qualidade do ar no município (MonitorAr) está inoperante há uma semana (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2016 às 21h39.

O sistema de monitoramento da qualidade do ar no município do Rio de Janeiro (MonitorAr) está inoperante há uma semana. O desligamento temporário das estações, que foram instaladas no ano 2000, começou na sexta-feira (20) pelas estações de Irajá, Bangu Campo Grande e Pedra de Guaratiba, quando foi divulgado o último boletim, em que consta essas estações como “temporariamente desativadas”. Desde sábado (21) não há boletins da qualidade do ar.

De acordo com o professor Luiz Maia, do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e que participou dos estudos para a implantação do sistema, a interrupção traz prejuízos para o monitoramento, no momento em que a rede começava a ter dados satisfatórios sobre o tema.

“A prefeitura tem oito estações bem distribuídas e, no estado todo, o Inea [Instituto Estadual do Ambiente] tem 12 ou 13 estações automáticas, a rede foi ampliada para atender ao compromisso dos Jogos Olímpicos. A gente estava chegando a um ponto na região metropolitana como um todo de termos uma quantidade de estações, ainda não suficientes, mas satisfatória para começarmos a entender a poluição do ar do Rio, entender melhor as relações da qualidade do ar com a saúde”.

Maia explicou que a qualidade do ar na cidade do Rio de Janeiro também é influenciada pelas condições da região metropolitana. “A poluição gerada no Rio de Janeiro também se desloca para os municípios vizinhos, principalmente para o norte, tendo em vista que o nosso regime de circulação atmosférica tem um fator favorável, que é a brisa marítima, que normalmente empurra os poluentes para o norte durante o dia. Durante a madrugada ocorre o inverso, mais fraco, mas suficiente para transportar os poluentes do norte para o sul, trazendo as emissões de Duque de Caxias, por exemplo, onde tem o pólo gás-químico”.

Como o monitoramento da qualidade do ar é caro e o estado tem outras prioridades, Maia teme que o sistema pare de funcionar definivamente após os Jogos Olímpicos na cidade. “Há o receio de que após os Jogos haja a interrupção. A série histórica, que faz a gente conhecer o comportamento dos poluentes, como eles variam ao logo do dia e dos meses, associados à situação meteorológica. Tudo isso é importante manter para se constituir uma série histórica para propor políticas públicas e contribuir efetivamente para a gestão da qualidade do ar”.

De acordo com Maia, a poluição do ar costuma piorar no inverno, quando ocorre uma estagnação do ar, redução da capacidade de dispersão atmosférica e inversão térmica, o que aumenta a concentração de poluentes. “A resposta do ser humano vai ser o agravamento e exacerbação de problemas de saúde, principalmente no trato respiratório. Isso tem registrado nos prontuários dos ambulatórios, hospitalizações também. Agora, a mortalidade é que é a grande questão, não temos estudos sobre isso ainda”.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente informou, por meio de nota, que a renovação contratual do MonitorAr ainda não foi feita. “Assim que os procedimentos internos da Controladoria-Geral do Município forem finalizados, os contratos serão renovados”.

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