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Rio condena 13 policiais por tortura e morte de Amarildo

A segunda maior pena recaiu sobre o soldado Douglas Roberto Vital Machado: 11 anos e seis meses, pelos crimes de tortura e ocultação de cadáver


	Moradores da Rocinha em protesto: o advogado João Tancredo, que auxilia a família de Amarildo, disse que a condenação é um reconhecimento da morte do pedreiro pelo Estado
 (Fernando Frazão/ABr)

Moradores da Rocinha em protesto: o advogado João Tancredo, que auxilia a família de Amarildo, disse que a condenação é um reconhecimento da morte do pedreiro pelo Estado (Fernando Frazão/ABr)

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Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2016 às 13h59.

A 35ª Vara Criminal do Rio de Janeiro condenou 13 dos 25 policiais militares acusados da tortura e morte do pedreiro Amarildo de Souza, em 2013, na Rocinha, na zona sul da cidade.

Entre eles está o ex-comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha major Edson Santos, condenado a 13 anos e sete meses de prisão pelos crimes de tortura e ocultação de cadáver.

Outro condenado é o tenente Luiz Felipe Medeiros, subcomandante da UPP na época do desaparecimento de Amarildo, que recebeu a pena de dez anos e sete meses de prisão pelos crimes de tortura, ocultação de cadáver e fraude processual (por ter tentado prejudicar a investigação do crime).

A segunda maior pena recaiu sobre o soldado Douglas Roberto Vital Machado: 11 anos e seis meses, pelos crimes de tortura e ocultação de cadáver.

A Justiça também condenou, pelos mesmos crimes, a dez anos e quatro meses de reclusão, os soldados Marlon Campos Reis, Jorge Luiz Gonçalves Coelho, Jairo da Conceição Ribas, Anderson César Soares Maia, Wellington Tavares da Silva, Fábio Brasil da Rocha da Graça e Felipe Maia Queiroz Moura.

As policiais Rachel de Souza Peixoto e Thaís Rodrigues Gusmão receberam pena de nove anos e quatro meses cada uma.

O décimo terceiro réu, o soldado Victor Vinicius Pereira da Silva, teve a punição extinta por ter morrido no ano passado.

Os 12 condenados também vão perder a função pública.

Investigação

O caso aconteceu em julho de 2013, quando o então comandante da UPP, major Edson Santos, determinou que os policiais de sua unidade localizassem suspeitos de ligação com a venda de drogas na comunidade e levassem essas pessoas à sede da UPP, para interrogá-las.

Durante a ação, os policiais receberam a informação de que Amarildo de Souza "estaria com as chaves do paiol do tráfico".

O pedreiro então foi detido e levado para a base da UPP. Ali, segundo a Justiça, sob as ordens dos dois oficiais da UPP, Amarildo foi torturado e morto por um grupo de policiais, enquanto outros faziam a vigilância do entorno da base. Depois da morte, os policiais ocultaram o corpo.

O advogado João Tancredo, que auxilia a família de Amarildo, disse que a condenação é um reconhecimento da morte do pedreiro pelo Estado.

“O sentimento [da família] é que não importa o tempo de pena. O que importa é que o Estado reconheceu que foram os policiais que sequestraram e assassinaram Amarildo”, disse. O corpo do pedreiro nunca foi localizado.

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