Brasil

Rio: após morte de juíza, segurança em fóruns será reforçada

Na quinta-feira passada, a juíza foi executada com 21 tiros, quando chegava em casa, em Niterói.

Patrícia Lourival Acioli era conhecida por sua atuação contra a violência cometida por policiais militares da região (Reprodução)

Patrícia Lourival Acioli era conhecida por sua atuação contra a violência cometida por policiais militares da região (Reprodução)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2011 às 23h24.

São Paulo - Os principais fóruns da região metropolitana do Rio de Janeiro terão a segurança reforçada, anunciou nesta terça-feira o juiz Fábio Uchôa, substituto da magistrada Patrícia Acioli na 4ª Vara Criminal do município de São Gonçalo. Na quinta-feira passada, ela foi executada com 21 tiros, quando chegava em casa, em Niterói.

A exemplo do que já ocorre no Fórum Central, o público que for às principais unidades do Judiciário na região metropolitana do Rio será submetido a detectores de metal e as bolsas serão inspecionadas em esteiras equipadas com raio X. Também serão instaladas mais câmeras de segurança nos prédios.

A medida foi comunicada após reunião entre o juiz Uchôa e o secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Fernando Marcondes. Ela faz parte das ações de reforço da segurança no Judiciário fluminense. Na segunda-feira, o presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), Manoel Alberto Rebelo dos Santos, anunciou a compra de seis carros blindados e o aluguel de mais cinco para juízes que estejam ameaçados. O primeiro fórum a receber os equipamentos de segurança será o de São Gonçalo e, depois, os da Baixada Fluminense.

O CNJ, antecipou Marcondes, anunciará uma série de recomendações visando a aumentar a segurança dos magistrados em todo o País. "O poder público deve dar segurança para que os juízes tenham tranquilidade. Um Judiciário forte não se faz com juízes covardes. O Judiciário requer pessoas que não se intimidem."

Juíza estava em "lista negra" de criminosos

A juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi assassinada a tiros dentro de seu carro, por volta das 23h30 do dia 11 de agosto, na porta de sua residência em Piratininga, Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, ela foi atacada por homens em duas motos e dois carros. Foram disparados mais de 20 tiros de pistolas calibres 40 e 45, sendo oito diretamente no vidro do motorista.


Patrícia, 47 anos, foi a responsável pela prisão de quatro cabos da PM e uma mulher, em setembro de 2010, acusados de integrar um grupo de extermínio de São Gonçalo. Ela estava em uma "lista negra" com 12 nomes possivelmente marcados para a morte, encontrada com Wanderson Silva Tavares, o Gordinho, preso em janeiro de 2011 em Guarapari (ES) e considerado o chefe da quadrilha. Familiares relataram que Patrícia já havia sofrido ameaças e teve seu carro metralhado quando era defensora pública.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaDados de BrasilJustiçaseguranca-digital

Mais de Brasil

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua

STF forma maioria para manter prisão de Robinho