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Rio amanhece sem ônibus devido à paralisação dos rodoviários

O Rio de Janeiro amanheceu praticamente sem ônibus urbanos, pegando a população de surpresa, após paralisação de grupo dissidente de sindicato


	Ônibus no Rio de Janeiro: grupo dissidente do Sindicato dos Rodoviários do município do Rio decidiu pela paralisação de 24 horas na noite de ontem
 (Wilson Dias/ABr)

Ônibus no Rio de Janeiro: grupo dissidente do Sindicato dos Rodoviários do município do Rio decidiu pela paralisação de 24 horas na noite de ontem (Wilson Dias/ABr)

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Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2014 às 09h26.

Rio de Janeiro - A cidade do Rio de Janeiro amanheceu hoje (8) praticamente sem ônibus urbanos, pegando a população de surpresa, isso porque um grupo dissidente do Sindicato dos Rodoviários do município do Rio decidiu pela paralisação de 24 horas, após realizar uma passeata na noite de ontem (7) e uma assembleia rápida em frente ao Centro Administrativo da prefeitura do Rio, na Cidade Nova, que decidiu pela greve por volta das 20h.

O marceneiro Elias Santos, de 57 anos, foi pego de surpresa.

Ele esperava um ônibus no terminal da Avenida Chile, no centro, para ir até Vargem Grande, na zona oeste, no outro extremo da cidade.

"Eu saí de casa para vir trabalhar e estou agora dependendo de ônibus para chegar no trabalho. Eu já liguei para o patrão e avisei que vou chegar tarde", disse.

Outro passageiro, Jorge Ramos, de 59 anos, é aposentado e iria para Vargem Pequena, na zona oeste.

Ele passou a noite na Igreja de Santana, no centro, onde participa de um projeto social.

"Eu vim ontem para o centro e se soubesse que teria greve eu não sairia de casa. Agora, sem ônibus, como vou fazer para chegar em casa?" indagou.

Um acordo fechado entre o sindicato dos trabalhadores e o sindicato patronal - Rio Ônibus, concedeu reajuste salarial de 10% e aumento na cesta básica, passando de R$ 120 para R$ 150 com desconto de R$ 10.

De acordo com um dos representantes da comissão insatisfeita com o acordo fechado, Hélio Teodoro, a classe espera uma negociação justa.

A comissão reinvidica um reajuste salarial de 40% e cesta básica no valor de R$ 400, além do término da dupla função - quando o motorista também é cobrador.


“Estamos abertos para negociar, mas os 10% que foram dados, nós não vamos aceitar. Vamos continuar batendo na mesma tecla até nos receberem”, disse.

Durante toda a madrugada, representantes da comissão dissidente montaram piquetes em todas as garagens das 44 empresas de ônibus que circulam pela capital fluminense, informando sobre a paralisação.

O Sindicato dos Motoristas e Cobradores de ônibus do Rio de Janeiro (Sintraturb-Rio) informou, em nota, que o reajuste acordado com a Rio Ônibus foi estudado com base na comparação de negociações de outros estados e a proposta colocada em assembleia foi "aprovada por ampla maioria”.

O presidente do sindicato, José Carlos Sacramento se manifestou contra o movimento dissidente, que qualificou como "político".

Ontem (7) a categoria recebeu o pagamento já com o aumento retroativo a 1º de abril.

Na última sexta-feira (2), a Rio Ônibus informou, em nota, que o reajuste é o maior concedido em todo o país, “o que contribui para melhorar as condições de trabalho dos 40 mil profissionais beneficiados com o acordo.

Com a antecipação do reajuste, o aumento real será de 11,6% para a classe dos rodoviários”.

Centenas de crianças também estão sendo dispensadas das escolas devido à falta de professores, que não tem como chegar ao trabalho por falta de transporte público.

É o que acontece, por exemplo, na Escola Municipal Celestino da Silva, na Rua do Lavradio, na Lapa.

Alunos de várias séries voltaram para casa, porque não havia professor em sala de aula.

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