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Rio 2016 terá número menor de chefes de Estado, dizem fontes

O Brasil abre na sexta-feira os Jogos Olímpicos com um número muito menor de chefes de Estado e de governo do que o esperado inicialmente, dizem fontes


	Olimpíada: no total, o Brasil deverá receber cerca de 50 autoridades estrangeiras
 (Getty Images)

Olimpíada: no total, o Brasil deverá receber cerca de 50 autoridades estrangeiras (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2016 às 21h07.

Brasília - Ainda em meio a uma crise política mal resolvida, o Brasil abre na sexta-feira os Jogos Olímpicos com um número muito menor de chefes de Estado e de governo do que o esperado inicialmente, com apenas 28 confirmados, e pouco interesse em encontros bilaterais com o presidente interino Michel Temer, disseram à Reuters fontes do governo.

No total, o Brasil deverá receber cerca de 50 autoridades estrangeiras. Nessa conta, no entanto, entram vice-chefes de Estado e de governo, ministros, e representantes de organizações internacionais como o próprio Comitê Olímpico Internacional (COI) e da Organização das Nações Unidas (ONU).

Há pouco mais de um ano, quando o Itamaraty preparou os primeiros encontros com embaixadores para tratar dos Jogos, a expectativa era de pelo menos 100 chefes de estado e de governo – 10 além dos que estiveram na abertura dos Jogos de Londres, em 2012.

Há uma semana, o governo falava em 50 confirmados, mas os números reais nunca chegaram a isso.

Nem mesmo os países dos Brics --tradicionais parceiros do Brasil-- irão mandar chefes de Estado.

Da China, vem Liu Yandong, vice-primeira ministra. Dos demais países não há nomes confirmados. Mesmo na América do Sul, as presenças são restritas. Estão confirmados apenas o presidente da Argentina, Maurício Macri, e do Paraguai, Horácio Cartes.

Nem mesmo o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro --que ameaça vir apesar da péssima relação com o atual governo brasileiro-- não confirmou sua presença.

Alguns europeus virão ao Brasil. Entre eles, o presidente da França, François Hollande, que pretende sediar em Paris os Jogos de 2024. Também virá o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e o presidente alemão, Joachim Gauck. A delegação dos Estados Unidos será chefiada pelo secretário de Estado, John Kerry, que terá um encontro bilateral com o ministro das Relações Exteriores, José Serra.

BILATERAIS

A agenda de encontros bilaterais, praxe em grandes eventos, também  não terá qualquer destaque. De acordo com fontes do Itamaraty e do Palácio do Planalto, não houve pedidos para encontros com Temer no Rio.

No período da Olimpíada, ele deve apenas se reunir com o presidente da Armênia, Serj Sargsyan, que estará em Brasília no dia 12 de agosto. Chegou-se a falar em um encontro com Hollande e outro com o presidente de Portugal, que não foram adiante.

“Dificilmente nessa situação (o processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff) haveria pedidos de reuniões bilaterais sem a definição sobre o presidente. Os países tendem a evitar mostrar posições”, disse à Reuters um experiente diplomata.

O próprio presidente interino admitiu, em entrevista à agências internacionais, que a falta de definição sobre o impeachment enfraquece a posição brasileira, e que evitaria viagens internacionais --a primeira delas seria para a reunião do G20, na China, no início de setembro-- enquanto a votação não fosse feita pelo Senado.

Em 2014, durante a Copa do Mundo, Dilma teve mais de uma dezena de encontros bilaterais, inclusive com a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o vice-presidente dos Estados Unidos, John Biden.

Temer embarca pouco antes do meio-dia de sexta-feira para o Rio de Janeiro, onde irá recepcionar os visitantes estrangeiros em um coquetel no Palácio do Itamaraty. De lá, irá para a cerimônia no Maracanã, onde apenas fará a declaração de abertura dos Jogos, sem discurso.

O presidente interino deve voltar para Brasília na mesma noite.

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