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Estrangeiros na Copa podem causar mutação no vírus da dengue

Revista científica alerta estrangeiros e brasileiros sobre risco de surto de dengue em 2014. Sanitarista afirma que turistas podem trazer novas variações da doença


	Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue: Fortaleza, Natal e Salvador têm, historicamente, picos de dengue justamente no período da Copa
 (James Gathany/Wikimedia Commons)

Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue: Fortaleza, Natal e Salvador têm, historicamente, picos de dengue justamente no período da Copa (James Gathany/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2013 às 10h55.

São Paulo - Um artigo publicado na consagrada revista científica Nature alerta brasileiros e estrangeiros para o perigo de um surto de dengue durante o período da Copa do Mundo no Brasil, no próximo ano.

"Aqueles que estiverem no Brasil terão mais do que se preocupar que o preparo de seus melhores goladores: a dengue pode ser um problema significativo em alguns dos locais do torneio", avisa o sanitarista Simon Hay, da Universidade de Oxford, no texto “A febre do futebol pode ser uma dose de dengue”, em tradução livre, publicado ontem.

Segundo o especialista, o alerta tem duas frentes: vale tanto para os cerca de 500 mil estrangeiros  - desinformados - que devem aterrisar por aqui, como para os brasileiros, que poderão vir a conhecer novas variações dos vírus surgidas dos contatos com quem vem de fora.

Hay alerta que três das 12 cidades-sede dos jogos podem sofrer com a dengue durante o período e que medidas preventivas precisam ser tomadas. As cidades que preocupam são Fortaleza (CE), Natal (RN) e Salvador (BA), todas no Nordeste do país.

Segundo o sanitarista, o percentual de casos de dengue registrados entre 2001 e 2013, nos meses de junho e julho (quando ocorrerá a Copa) é de 9.9% em Fortaleza, 13,5% em Natal, e 10,1% em Salvador - os mais altos do país neste período. 

Hay diz que, apesar dos brasileiros já conviverem com a dengue e saberem como se prevenir, a doença é particularmente desconhecida para os europeus.

E os visitantes podem introduzir novos genótipos de dengue aos quais os brasileiros tem imunidade baixa, assim como a união de grandes populações não imunes pode impulsionar a transmissão em caso de surto.

“Isto significa que a Fifa, as autoridades brasileiras e os patrocinadores da Copa do Mundo devem usar sua influência e experiência para comunicar aos visitantes o risco e as medidas de proteção que devem ser tomadas”, diz.

Pesquisa

Ele diz que apesar de ser difícil prever como a doença se comportará em 2014, usando os dados dos anos anteriores é possível fazer projeções.

"Para as áreas no em torno de nove estádios da Copa, os dados mostram que a principal temporada de dengue terá passado antes da Copa do Mundo, que será realizada em junho e julho. Infelizmente, o risco permanecerá alto durante os meses do torneio no Nordeste do país", afirma Simon Hay.

Ele recomenda que as autoridades brasileiras implementem um controle agressivo de vetores em abril e maio, particularmente em torno dos estádios, para diminuir o número de mosquitos transmissores da dengue.

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