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Revisão da vida toda do INSS: Nunes Marques vota para manter julgamento do STF que derrubou decisão

Supremo decidiu em março que segurados não podem escolher regime mais benéfico. Ministro rejeitou recursos. Análise ocorre no plenário virtual

Nunes Marques, ministro do STF (Fellipe Sampaio/SCO/STF/Divulgação)

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Agência o Globo
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Publicado em 23 de agosto de 2024 às 12h40.

Última atualização em 23 de agosto de 2024 às 13h45.

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O ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou para rejeitar um recurso contra o julgamento que, na prática, inviabilizou a chamada revisão da vida toda dos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Nunes Marques é o relator de dois recursos contra a decisão. A análise começou nesta sexta-feira no plenário virtual, programada para durar até o dia 30 de agosto. Ainda faltam os votos dos demais dez ministros.

Em março, o STF decidiu que os segurados não podem escolher o regime mais benéfico para sua aposentadoria do INSS. Isso impactou a decisão sobre a revisão da vida toda, que era discutida em outra ação.

O Instituto de Estudos Previdenciários (Ieprev) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) apresentaram embargos de declaração, um tipo de recurso utilizado para esclarecer pontos do julgamento. As organizações alegam que o julgamento da revisão da vida toda não foi levado em consideração.

Nunes Marques, no entanto, afirmou que o tema foi "objeto de expressa deliberação" no julgamento e que o entendimento foi de superar essa tese.

Entenda a discussão

Em 2022, o plenário do STF havia decidido que o mecanismo da “revisão da vida toda” é constitucional. Isso significa que todas as contribuições previdenciárias feitas ao INSS pelos trabalhadores no período anterior a julho de 1994 poderiam ser consideradas no cálculo das aposentadorias, o que poderia aumentar os rendimentos de parte dos aposentados. Entretanto, a decisão não entrou em vigor porque havia um recurso pendente, ingressado pelo governo federal.

Em março, antes de analisarem esse recurso, o STF decidiu julgar outras duas ações que questionam alterações no sistema previdenciário promovidas por uma lei de 1999, que implantou a reforma da Previdência do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Ao analisar essas ações, os ministros aprovaram uma tese que estabelece que o segurado não pode optar pela regra mais favorável. Por maioria, o tribunal entendeu que os segurados não têm direito de opção, mesmo que a regra seja mais benéfica a ele. É uma decisão exatamente oposta à revisão da vida toda.

Com isso, a revisão da vida toda fica prejudicada, já que os segurados poderão seguir apenas as regras do fator previdenciário, sem direito à escolha.

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