Brasil

Reunião da bancada do PSDB na Câmara termina em bate-boca

Tucanos da ala governista do partido bateram boca com o presidente interino do partido, senador Tasso Jereissati (CE)

Tasso: a Ideia Big Data foi contratada por Tasso para cuidar da comunicação e das redes sociais do partido (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Tasso: a Ideia Big Data foi contratada por Tasso para cuidar da comunicação e das redes sociais do partido (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de outubro de 2017 às 19h59.

Brasília - O clima esquentou na tarde desta terça-feira, 31, durante reunião da bancada do PSDB na Câmara.

Tucanos da ala governista do partido bateram boca com o presidente interino do partido, senador Tasso Jereissati (CE), e chegaram trocaram ameaças de agressão com parlamentares do grupo oposicionista.

A reunião foi convocada pelo líder do PSDB na Casa, deputado Ricardo Tripoli (SP), para apresentar a empresa Ideia Big Data.

A companhia foi contratada por Tasso nas últimas semanas para cuidar da comunicação e das redes sociais do partido.

A discussão começou quando os deputados Domingos Sávio (MG), Paulo Abi-Ackel (MG) e Giuseppe Vecci (GO) criticaram a contratação da empresa.

Os três parlamentares são aliados do senador Aécio Neves (MG), presidente licenciado da legenda.

"Coloquei que era um absurdo contratar uma empresa que fez uma campanha com ataques que considero criminosos ao PSDB de Minas", contou Sávio à reportagem.

Segundo ele, a firma atuou na campanha que elegeu em 2014 o atual governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), adversário do PSDB no Estado.

Sávio disse que a empresa tem ligações com a agência de propaganda Pepper, contratada pela campanha eleitoral da ex-presidente Dilma Rousseff em 2014 e que atualmente é investigada pela Operação Acrônimo por suspeita de lavagem de dinheiro.

O deputado mineiro acusou ainda o dono da empresa de fazer postagem nas redes sociais atacando tucanos.

"O dono dessa empresa vem fazendo, por exemplo, postagens com ataque ao governador (de São Paulo) Geraldo Alckmin", afirmou. "Mostrei que era inaceitável contratar uma empresa dessas", disse.

Os ânimos se exaltaram quando Vecci questionou Tasso sobre se ele seria candidato a presidente nacional do partido na eleição interna marcada para dezembro.

"O Tasso parece que ficou nervoso com essa pergunta, mas não quis responder. Nesse momento nosso tom de voz e do Tasso aumentou", relatou Sávio.

Integrante da ala oposicionista, o deputado Daniel Coelho (PE) confirmou que, nesse momento, o clima da reunião piorou e alguns deputados se levantaram para tentar pedir que Sávio, Vecci e Abi-Ackel parassem de "tumultuar".

"O Tasso só respondeu: 'esse não é meu PSDB'. Eles só queriam tumultuar", criticou o pernambucano.

Segundo Sávio, após essa confusão, ele e outros dois deputados da ala governista deixaram a reunião.

"Se ele é candidato (a presidente do PSDB), as pessoas têm direito de saber. E se for, ele tem que se afastar do comando do partido", disse. A reportagem ainda não conseguiu contato com Tasso.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosPartidos políticosPolítica no BrasilPolíticos brasileirosPSDB

Mais de Brasil

Apesar da alta, indústria vê sinal amarelo com cenário de juros elevado, diz economista do Iedi

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência