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Réu no mensalão mineiro, Azeredo renunciará ao mandato

A estratégia do deputado é tentar atrasar o processo que tramita contra ele no STF


	O deputado eleito, Eduardo Azeredo: outro objetivo é não causar constrangimento à provável candidatura presidencial do senador Aécio Neves
 (José Cruz/ABr)

O deputado eleito, Eduardo Azeredo: outro objetivo é não causar constrangimento à provável candidatura presidencial do senador Aécio Neves (José Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2014 às 13h26.

Belo Horizonte - Acusado de peculato e lavagem de dinheiro no esquema do mensalão mineiro, Eduardo Azeredo (PSDB-MG) vai renunciar ao mandato de deputado federal nesta quarta-feira, 18. A estratégia é tentar atrasar o processo que tramita contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF).

Com a renúncia, o tucano abre mão do foro privilegiado para que a ação seja remetida à primeira instância da Justiça mineira. Outro objetivo é não causar constrangimento à provável candidatura presidencial do senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Azeredo, que nega envolvimento no caso, não vai a Brasília para abrir mão do mandato. A carta de renúncia será entregue por seu filho, Renato Azeredo, ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

O teor do documento deve ser divulgado durante discurso em plenário do presidente do diretório mineiro do PSDB, deputado federal Marcus Pestana, previsto para esta quarta. Azeredo está em Belo Horizonte e alegou problemas de saúde para cancelar o pronunciamento que faria na semana passada.

No início do mês, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entregou ao STF suas alegações finais no processo e pediu condenação de 22 anos de prisão e multa de R$ 451 mil para Azeredo.


Pela denúncia, o tucano participou de desvio de recursos de estatais mineiras em 1998 para financiar sua campanha pela reeleição para o governo de Minas em esquema que também ficou conhecido como valerioduto tucano, devido ao envolvimento no caso do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, já condenado a mais de 40 anos de prisão pelo Supremo por participação no mensalão federal.

Após Janot entregar suas alegações finais à Corte, correligionários de Azeredo se dividiram. Parte saiu em defesa do ex-governador. Pestana, por exemplo, chegou a comparar sua situação à do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva diante do mensalão federal.

Mas outra parte do tucanato já defendia sua renúncia por causa de possíveis constrangimentos que o caso poderia causar à candidatura presidencial de Aécio. A ação poderia ser julgada pelo STF - onde a condenação é considerada certa pelos próprios tucanos - próxima ao período eleitoral. Azeredo não atendeu o telefone na manhã desta sexta-feira.

A renúncia ao mandato era considerada como uma saída jurídica para Azeredo se livrar do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Com isso, a Corte terá de decidir se mantém o processo sob seus cuidados ou se o encaminha para a primeira instância, o que prolonga o caso e pode causar a prescrição de alguns crimes.

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