Editor de Macroeconomia
Publicado em 13 de junho de 2024 às 12h28.
Última atualização em 13 de junho de 2024 às 12h29.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, saiu em defesa do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, após a reação adversa do mercado às declarações do petista.
O Ibovespa fechou em queda de 1,4% nesta quarta-feira, 12, a 119.936 pontos, após a decisão do Fed de manter os juros nos Estados Unidos e um grande ruído no mercado local, com preocupações sobre o cenário fiscal.
"Estava olhando ontem para o discurso do presidente Lula aqui. Tenho amigos banqueiros. A mensagem dele foi clara: responsabilidade fiscal, mas precisamos crescer. Mas você acorda hoje e vemos que o câmbio cresceu por causa do que ele falou ontem", afirmou Paes durante o FII Priority Summit, no Rio de Janeiro.
O prefeito do Rio considerou "estranho" que toda vez em que se fala de investimentos no Brasil "o chamado mercado diz que não podemos fazer investimentos".
Para ele, é ridículo, por exemplo, que São Paulo e Rio de Janeiro não sejam conectados por um trem de alta velocidade. "E sempre que falamos de fazer um trem ser tratado como um pecado", afirmou.
De acordo com Paes, há um jeito "óbvio" de investir em infraestrutura, com recursos privados, concessões e PPPs. "Mas sempre haverá uma necessidade de recursos públicos em investimentos na infraestrutura do país", disse. Isso não pode ser considerado um pecado, avaliou Paes.
"Quando o presidente Lula fez o discurso aqui, três ou quatro banqueiros me enviaram mensagens dizendo que o discurso foi incrível. E de tarde o mercado estava confuso porque Lula falou", afirmou o prefeito do Rio. "Responsabilidade fiscal e investimentos públicos podem andar juntos."
Parte das preocupações do mercado vieram de falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no FII Priority Summit, no Rio de Janeiro. Em discurso a investidores e representantes do Brasil e da Arábia Saudita, Lula disse que o País será a sexta maior economia do mundo até o final de seu mandato.
O presidente reforçou que “o mercado não é uma entidade abstrata”, e que a "a arrecadação e a queda de juros vão reduzir o déficit fiscal".