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Serraglio representa Cunha no Ministério da Justiça, diz Requião

Senador diz que escolha de Temer foi determinada por capacidade de Serraglio de mobilizar votos no Congresso

Roberto Requião, ex-governador do Paraná (Valter Campanato/AGÊNCIA BRASIL)

Roberto Requião, ex-governador do Paraná (Valter Campanato/AGÊNCIA BRASIL)

Marcelo Ribeiro

Marcelo Ribeiro

Publicado em 23 de fevereiro de 2017 às 21h51.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 03h05.

Brasília - Crítico frequente do governo do presidente Michel Temer (PMDB), o senador Roberto Requião (PMDB-PR) alfinetou a indicação do novo ministro da Justiça e Segurança Pública Osmar Serraglio (PMDB-PR). Ele condenou a proximidade do novo titular da pasta com o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha. Sobrou até para o ministre-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS).

“Nomeação de Serraglio está na média das indicações do governo. O ministro Padilha já explicou como funciona a escolha de ministros neste governo. Depende de quantos votos ele pode mobilizar no Congresso”, disse Requião a EXAME.com. “É um parlamentar do grupo de Eduardo Cunha. É como se Cunha estivesse no Ministério”, completou.

O senador paranaense questionou a capacidade de Serraglio de lidar com questões ligadas ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, como a crise penitenciária.

“Serraglio não tem nenhuma experiência de segurança. Como é que ele vai comandar a polícia militar? É uma indicação estranha, mas está dentro da média do governo. A média intelectual dele é a mesma do ministro da Saúde Ricardo Barros e do ex-ministro de Relações Exteriores José Serra”, avaliou Requião.

Mesmo disparando críticas ao governo, Requião descarta qualquer possibilidade de deixar o PMDB, partido de Temer. “Não penso em sair do PMDB. Se estão ocorrendo alguns desvios de conduta, os responsáveis são aqueles da ponte para o futuro. Aquilo não é PMDB. Aquilo é uma circunstância. Eu acho que se tem alguém que não está embarcado no navio correto, não sou eu”, afirmou.

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