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"Repulsa a uma trama sórdida", reage Collor sobre ofensiva da PF

A investigação mira suposta lavagem de R$ 6 milhões em imóveis, que teriam como laranja um assessor do Senado

Fernando Collor de Mello: senador por Alagoas. (José Cruz/Agência Senado)

Fernando Collor de Mello: senador por Alagoas. (José Cruz/Agência Senado)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 12 de outubro de 2019 às 17h20.

Última atualização em 12 de outubro de 2019 às 17h20.

Alvo de ação da Polícia Federal na sexta-feira, 11, o senador e ex-presidente da República Fernando Collor (PROS-AL) reagiu enfaticamente à Operação Arremate, que realizou buscas em endereços ligados ao parlamentar em Maceió (AL) e em Curitiba (PR). Em nota, Collor se diz "indignado e perplexo" e alega que a operação foi baseada em "irreal suposição".

A investigação mira suposta lavagem de R$ 6 milhões em imóveis, que teriam como laranja um assessor do Senado. Os 16 mandados de buscas autorizados pelo ministro Luiz Edson Fachin em 26 de setembro foram requeridos no dia 9 do mesmo mês pela então procuradora-geral, Raquel Dodge.

Após a deflagração da Arremate, o senador se manifestou em seu perfil no Twitter, escrevendo: "Estou indignado com a tentativa de envolver meu nome num assunto em que não tenho nenhum conhecimento ou participação. Trago a consciência tranquila e a certeza de que, mais uma vez, ficará comprovada a minha inocência."

Em nota, o ex-presidente expressa ainda "veemente repúdio" à ação da PF, diz que é "vítima de retaliações" e ressalta que a Procuradoria da República em Alagoas chegou a pedir o arquivamento da investigação.

A solicitação da Procuradoria foi rejeitada pela 13ª Vara Federal de Alagoas. O caso foi então remetido à 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público, que também não concordou e determinou mais diligências, além de trocar o procurador do caso.

Confira a íntegra da nota de Collor

"Com relação à violência sofrida no dia de ontem, quando vitimado por busca e apreensão em minha residência, após inteirar-me dos fatos pela imprensa, já que não fornecido, até então, o inteiro teor da acusação pelos Órgãos Oficiais, venho, indignado e perplexo, apresentar o meu mais veemente repúdio ao ato em questão.

Envolto na historieta criada pelo malicioso engenho mental de integrantes da Polícia Federal e setores do Ministério Público, sustentados por supostos e inverossímeis relatos de fontes humanas não identificadas, fui figura central de uma busca e apreensão residencial baseada, não em indícios veementes - aptos a afastar o direito a inviolabilidade do lar - mas em mera e irreal suposição de inquisidores destituídos de bom senso, prudência e responsabilidade funcional, porém, movidos por manifesta má-fé e espírito emulativo.

A inclusão do meu nome nessa abusiva, absurda e sórdida trama somente se justifica por pretendido e ilustrativo glamour a ser dado em publicidade autopromocional, por aqueles que, desprovidos de competência para auferir aplausos curriculares por méritos intelectuais, buscam o brilho fácil e fugaz dos holofotes midiáticos, a qualquer custo e por qualquer meio.

Como senhor da minha consciência e dos meus atos, sei do meu mais absoluto distanciamento dos fatos versados na desastrada acusação. Até as pedras em Alagoas testemunham a inexistência de qualquer envolvimento de minha parte em tudo o quanto ali narrado. Aliás, de tão manifesta a ausência de ilícitos a mim vinculados, a Procuradoria da República em Alagoas, mais próxima da realidade local, responsavelmente, já havia requerido o arquivamento dos autos por ausência de conduta criminal típica.

Vítima de retaliações pelos procedimentos abusivos e arbítrios já denunciados, em estado policialesco, continuarei firme na intransigente busca da defesa e da retomada das liberdades fundamentais de todo cidadão, garantidas em um Estado Democrático de Direito e pilar da sociedade livre.

Fernando Collor de Mello

Senador da República"

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