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Representante da Davati acusa Luis Miranda de intermediar compra de vacina

Deputado nega acusação e afirma que, no áudio apresentado por Dominguetti, ele tratava de luvas cirúrgicas, não de venda de vacinas

Em pronunciamento, à CPI representante da empresa Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira (Pedro França/Agência Senado/Flickr)

Em pronunciamento, à CPI representante da empresa Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira (Pedro França/Agência Senado/Flickr)

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Alessandra Azevedo

Publicado em 1 de julho de 2021 às 12h28.

Última atualização em 1 de julho de 2021 às 12h46.

O policial militar Luiz Paulo Dominguetti, que atua como representante da Davati Medical Supply, apresentou à CPI da Covid um áudio acusando o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) de intermediar a venda de vacinas contra a covid-19. O PM foi convidado a depor após ter revelado, em entrevista à Folha de S. Paulo, que recebeu pedido de propina quando tentou negociar vacinas com o Ministério da Saúde.

Segundo Dominguetti, o áudio foi enviado por Miranda "para o pessoal da Davati", e o deputado "tentava intermediar a compra de vacinas" com a empresa. "Não posso fazer juízo de valor, mas a prática era pela tentativa de aquisição de vacinas", reforçou. No áudio, entretanto, o deputado não menciona, em nenhum momento, vacinas.

Dominguetti disse ter recebido a mensagem de voz de Cristiano Alberto Carvalho, procurador da Davati no Brasil, no momento em que Miranda prestava depoimento à CPI, na última sexta-feira, 25. "Quando o Luis Miranda esteve depondo contra o presidente, eu recebi naquele mesmo dia o áudio dizendo: 'Olha ele lá, porém fazendo o inverso aqui'", contou.

Pouco depois da acusação, Carvalho disse que o áudio "não se refere a vacinas". Em entrevista ao jornal O Globo, ele afirma que o depoente quer "aparecer" ao citar a suposta intermediação. "Acredito que [seja] sobre os negócios dele nos EUA. Não tem nada a ver uma coisa com a outra", afirmou o empresário.

Luis Miranda esteve na CPI após ouvir a acusação e afirmou à imprensa que o áudio é antigo, de outubro de 2020, e se tratava de uma negociação envolvendo luvas cirúrgicas, não de vacinas. "Não existia nem vacina à disposição nessa época. A intenção é clara. Tem que se investigar quem plantou esse cidadão dentro dessa CPI", disse.

"A intenção é clara desde o princípio: descredibilizar as testemunhas que, de fato, trouxeram evidências de que existe, sim, corrupção no Ministério da Saúde"

Deputado Luis Miranda

Quando depôs à CPI, Miranda contou ter denunciado ao presidente Bolsonaro irregularidades e pressão atípica na pasta pela liberação da importação da vacina Covaxin. O deputado voltará a depor à CPI na terça-feira, 6, dessa vez, em sessão secreta. O áudio será periciado pela Polícia Legislativa e colocado à disposição de todos os senadores.

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