Brasil

Renan volta a defender votação sobre abuso de autoridade

A proposta é de 2009 e foi desengaveta em junho pelo presidente do Senado, quando sofreu críticas de diferentes setores sociais e também do Ministério Público


	Renan Calheiros: senador operou, junto a Romero Jucá, para acelerar a tramitação do projeto em julho, mas após críticas, a proposta acabou novamente adormecendo no Senado
 (Ueslei Marcelino / Reuters)

Renan Calheiros: senador operou, junto a Romero Jucá, para acelerar a tramitação do projeto em julho, mas após críticas, a proposta acabou novamente adormecendo no Senado (Ueslei Marcelino / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2016 às 20h37.

Brasília - Depois de deixar o assunto adormecer por três meses, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), voltou a defender a votação do projeto que altera a lei de abuso de autoridade.

A proposta é de 2009 e foi desengaveta em junho deste ano por Renan, quando sofreu críticas de diferentes setores sociais e também do Ministério Público por representar uma ameaça à Operação Lava Jato.

Renan demonstrou sua intenção de construir uma agenda prioritária comum à Câmara e ao Senado, que seria acionada por um acordo em torno da PEC do teto dos gastos públicos.

Em seguida, Renan enumerou que as demais propostas prioritárias seriam a reforma política, as medidas contra a corrupção e o projeto do abuso de autoridade.

Renan operou, junto ao senador Romero Jucá (PMDB-RR), para acelerar a tramitação do projeto em julho. Mas após críticas, a proposta acabou novamente adormecendo no Senado. Os peemedebistas não encontraram apoio para aprovar o projeto nem mesmo na comissão especial para o qual foi destinado. Desde então, a comissão não havia mais agendado reuniões.

A proposta é criticada por enquadrar como crime de abuso de autoridade ou aumentar a pena para muitas práticas da Polícia Federal e do Ministério Público que foram criticadas por políticos investigados na Operação Lava Jato. Muitos parlamentares defenderam que, à despeito do mérito da proposta, não seria ideal votar o projeto ao longo da operação, até mesmo para evitar a interpretação de que a lei estaria salvaguardando os investigados.

Denúncia

O presidente do Senado minimizou que o ministro do Supremo, Edson Fachin, tenha liberado para julgamento a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra ele. Caso o colegiado acolha a denúncia, Renan se tornará réu e responderá a uma ação penal por peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso.

"Vai acontecer com essa investigação o mesmo que aconteceu com aquela primeira: Vai ser arquivada por falta de provas", disse o presidente do Senado, que tornou a criticar informações advindas de delatores sem comprovação.

Na denúncia oferecida ao STF em 2013, a PGR considerou que Renan recebeu propina da construtora Mendes Júnior para apresentar emendas que beneficiariam a empreiteira. Em troca, o peemedebista teria as despesas pessoais da jornalista Monica Veloso, com quem mantinha relacionamento extraconjugal, pagas pela empresa.

A data da análise da denúncia pelo plenário do STF será definida pela presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, que é responsável por definir a pauta de julgamento de cada sessão.

Acompanhe tudo sobre:Operação Lava JatoPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosRenan CalheirosSenado

Mais de Brasil

Brasil pode ser líder em aço verde se transformar indústria com descarbonização, dizem pesquisadores

Cassinos físicos devem ser aprovados até 2026 e temos tecnologia pronta, diz CEO da Pay4fun

Com aval de Bolsonaro, eleição em 2026 entre Lula e Tarcísio seria espetacular, diz Maia

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil