Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), determinou a criação de uma comissão de sindicância para apurar denúncias de vazamento de perguntas que seriam feitas a depoentes na CPI da Petrobras na Casa.
A decisão de instituir a sindicância atende, segundo Renan, a pedido do presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), mas não impede que os trabalhos da CPI continuem.
“Estamos atendendo ao pedido do senador Vital do Rêgo e determinando a constituição de uma comissão de sindicância para esclarecermos todos os fatos e estabelecermos responsabilidade a quem as tenha”, disse Renan.
“A CPI é uma instituição que não pode sair arranhada, é um instrumento fundamental de fiscalização de cumprimento do papel do Legislativo.“
Reportagem da revista Veja desta semana aponta que dirigentes da estatal que compareceram a audiências na CPI do Senado recebiam com antecedência as perguntas a serem feitas por senadores, para estarem com as respostas preparadas.
O fato foi classificado como grave pelo principal candidato da oposição à Presidência da República, senador Aécio Neves, e seu partido anunciou que entrará com representações na Procuradoria Geral da República e no Conselho de Ética do Senado.
Em nota, a Petrobras afirmou que tomou conhecimento das perguntas centrais que norteiam os trabalhos das comissões parlamentares de inquérito por meio do site do Senado Federal, "onde foram publicados os planos de trabalho das referidas comissões".
Um dos objetivos da criação da CPI da Petrobras no Senado é apurar denúncias de irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006 ,quando a presidente Dilma Rousseff (PT), que busca a reeleição, era presidente do Conselho de Administração da estatal.
Além dessa CPI, há uma outra CPI em funcionamento no Congresso, formada por deputados e senadores, para apuração das mesmas denúncias contra a Petrobras. A CPI mista também é presidida por Rêgo.
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1. 2014 problemático
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1/11 (Galdieri/Bloomberg)
São Paulo - O primeiro trimestre ainda nem acabou, mas a
Petrobras já acumulou problemas neste período que podem valer para o ano inteiro. Entre processo de investigação de propina, preço das
ações despencando e produção de
petróleo menor, a petroleira dá indícios que não vive um bom momento. Veja, a seguir, 10 enroscos em que a Petrobras já se meteu neste ano:
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2. Investigação sobre propina
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2/11 (Sérgio Moraes/Reuters)
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3. Endividamento bilionário
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3/11 (REUTERS/Nacho Doce)
A captação de 8,5 bilhões de dólares anunciada pela Petrobras nesta semana deve impactar ainda mais o endividamento da estatal. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo,
a dívida líquida da petroleira deverá passar de 100 bilhões de dólares até 2018. De acordo com o novo plano de negócios quinquenal da Petrobras (2014-2018), 60,5 bilhões de dólares serão levantados em dívida bruta nos próximos cinco anos.
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4. Queda da produção
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4/11 (Pedro Lobo/Bloomberg News)
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5. Multa bilionária
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5/11 (REUTERS/Sergio Moraes)
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6. Ações despencaram
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6/11 (Alexandre Battibugli/EXAME)
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7. Valor de mercado menor
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7/11 (Dado Galdieri/Bloomberg)
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8. Preço do dólar divergente
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8/11 (Bruno Domingos/Reuters)
Durante evento para divulgar seu plano de investimentos para os próximos cinco anos, a Petrobras afirmou que vai trabalhar com um dólar de 2,23 reais neste ano.
A cotação média do mercado, no entanto, ultrapassa a cifra de 2,40 reais e a diferença está preocupando o mercado, que não consegue entender como a estatal chegou a esse valor.
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9. Preço do combustível
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9/11 (Divulgação/Petrobras)
A interferência do governo nos negócios da Petrobras também tem preocupado investidores, principalmente quando o assunto é o polêmico reajuste no preço do combustível.
A fim de não aumentar a inflação, o governo tem segurado os preços e a estratégia tem impactado negativamente a petroleira. A estimativa do mercado é que a empresa tenha deixado de ganhar 1,1 bilhão por não repassar alta do petróleo.
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10. Independência do governo
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10/11 (Francois Lenoir/Reuters)
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11. Agora, veja 20 empresas que dominam o país
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11/11 (AGÊNCIA BRASIL)