Presidente do Senado, Renan Calheiros, manifesta solidariedade à família do repórter cinematográfico Santiago Andrade, da TV Bandeirantes (Jonas Pereira/Agência Senado)
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2014 às 16h36.
Última atualização em 11 de outubro de 2016 às 11h42.
Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), divulgou nota na tarde desta quarta-feira, 08, em que nega ter se encontrado com o doleiro Alberto Youssef, atualmente preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Em depoimento à CPI mista da Petrobras, a contadora Meire Poza havia admitido que seu ex-cliente Alberto Youssef se reuniu com Renan Calheiros para tratar de uma operação milionária de compra de debêntures para a Marsans Viagens e Turismo, uma agência de turismo que tinha Youssef como um dos investidores.
O caso foi revelado com exclusividade pelo portal estadão.com no dia 5 de setembro, quando a reportagem revelou a citação do nome do presidente do Senado na delação premiada que estava sendo feita, na ocasião, pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.
À CPI mista, Meire Poza relatou que, no dia 12 de março pela manhã, uma quarta-feira, ela e Youssef tomaram café da manhã juntos, ocasião em que o doleiro disse que, naquela noite, ele iria conversar com Renan Calheiros para tratar do aporte de R$ 25 milhões do Funcef. Segundo ela, a outra parte da operação, também no valor de R$ 25 milhões, já tinha sido acertada com o PT e seria feita por meio da Postalis.
A ex-contadora de Youssef afirmou que era preciso "acertar esta ponta, que era do PMDB".
Ela disse que a operação com a Funcef não se concretizou porque o doleiro foi preso por envolvimento na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, no dia 17 de março, a segunda-feira posterior ao suposto encontro com Renan.
Em nota, Renan Calheiros reitera que "não conhece a pessoa mencionada no noticiário como 'doleiro' Alberto Youssef e que só soube da existência do mesmo após as informações publicadas pelos jornais".
"O senador, portanto, reafirma que nunca esteve, agendou conversas e nunca ouviu falar de Alberto Youssef e de sua contadora", afirma o presidente do Senado.
A suspeita dos investigadores é que a operação com a empresa de Turismo de Youssef serviria para repassar recursos para políticos do PT e do PMDB.
Meire Poza disse ainda que a Marsans era uma empresa que precisava de "muito capital de giro", porque houve um forte investimento de Youssef nela.
Ela destacou que a operadora de turismo tinha 37 lojas espalhadas no País e Youssef tinha grande preocupação de não deixar "passageiros no chão".
A empresa fechou as portas após a Operação Lava Jato.