O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN): ao chegar ao Congresso, o presidente da Câmara Henrique Alves, havia evitado comentar as declarações do Palácio do Planalto. (Rodolfo Stuckert/Câmara dos Deputados)
Da Redação
Publicado em 25 de junho de 2013 às 20h18.
Brasília – Terminou há poucos instantes reunião dos presidentes da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, e do Senado Federal, Renan Calheiros, para avaliar as propostas apresentadas ontem pela presidenta Dilma Rousseff em resposta às manifestações que tomam as ruas do país desde a última semana. Nos bastidores do Congresso, a ideia de um plebiscito e da formação de uma constituinte exclusiva não agradou a alguns parlamentares da oposição e da base aliada.
Ao chegar ao Congresso, o presidente da Câmara Henrique Alves, havia evitado comentar as declarações do Palácio do Planalto. Alves limitou-se a dizer “não acho nada”, ao falar sobre a proposta da constituinte.
O presidente do Senado está reunido agora com líderes da oposição, como os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Aloysio Nunes (PSDB-SP), Cristovam Buarque (PDT-DF), José Agripino (DEM-RN), Mário Couto (PSDB-PA), Pedro Taques (PDT-MT), Pedro Simon (PMDB-RS), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).
A expectativa é que Renan Calheiros – quem tem reunião marcada com a presidenta Dilma Rousseff, as 17h30, - ainda se encontre com os líderes da base governista, senadores Eduardo Braga (PMDB-AM), Wellington Dias (PT-PI), Gim Argello (PTB-DF), Eunicio Oliveira (PMDB-CE) e Acir Gugacz (PDT-RO) e, em seguida, com o ministro da Educação, Aloizio Mercandante, com a Mesa-Diretora do Senado Federal e com o presidente da Ordem dos Advogados no Brasil (OAB), Marcus Vinicius.
Nos corredores do Congresso, o líder do partido na Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse que o Legislativo deve aguardar proposta sobre o plebiscito, mas defendeu que, se for aberta uma Constituinte, o espaço deverá ser usado tanto para discutir reforma política quanto reforma tributária. Cunha disse que a discussão política inclui uma série de debates que vão desde o modelo político adotado no país, reeleições, tempo de mandato até as formas de governo, como o presidencialismo e parlamentarismo.
“Não sei se é o que as ruas estão pedindo [o plebiscito}, as ruas estão pedindo muitas coisas”, ponderou. Cunha disse que o anúnciou da presidenta foi um gesto político estudado. “Não discuto habilidade ou inabilidade. Estamos discutindo uma posição política. Agora vamos ver como ela vai materializar isso”, acrescentou.
Com uma posição menos flexível, o líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO), disse que o Congresso Nacional não pode aceitar a proposta que, segundo ele, é inconstitucional. “Ninguém é contra plebiscito. Ninguém tem posição contrária em ouvir as ruas. Mas, não podemos admitir que a presidenta faça proposta que não está prevista e não é aceita pela Constituição brasileira”, disse.
Para Caiado, a situação é delicada e as manifestações destacaram reivindicações “corretas que esse governo não soube identificar”.