Brasil

Renan defende participação mais direta do PSDB no governo

Ele reiterou que não tem, até o momento, uma posição sobre se votará ou como votará durante a sessão que poderá resultar no afastamento definitivo de Dilma


	Renan Calheiros: “Tenho conduzido o processo com isenção, responsabilidade e equilíbrio"
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Renan Calheiros: “Tenho conduzido o processo com isenção, responsabilidade e equilíbrio" (Paulo Whitaker/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2016 às 14h59.

Após se reunir com a presidenta afastada, Dilma Rousseff, e prestes a se encontrar com o presidente interino, Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros, disse hoje (19) que considera positiva uma participação mais direta do PSDB no atual governo e que o PMDB tem experiência para não deixar que a relação com os tucanos repita a “relação periférica” que teve com o PT no governo anterior.

Ao deixar o Palácio da Alvorada, Renan falou com a imprensa logo após a reunião que teve com a presidenta afastada. Segundo ele, a conversa com Dilma foi “institucional” e, como sempre, “muito boa e agradável”.

O senador não entrou em detalhes sobre os temas abordados ao longo de quase duas horas de reunião, mas disse que "do ponto de vista pessoal [Dilma] está muito bem e animada”, disse ele.

“Não tratamos nada específico. Eu fiz uma avaliação sobre como enxergo a conjuntura. A presidenta, da mesma forma [fez sua avaliação]. Essa avaliação dos dois lados tem de se encerrar na própria conversa, e não pode ser revelada", disse ele.

Renan contou que explicou à presidenta o roteiro que foi estabelecido para a sessão que irá julga-la a partir do dia 25.

“Ela vai comparecer. Fez questão de dizer isso, e disse que ficará à disposição para responder qualquer pergunta. Conversamos sobre a duração do processo e do próprio julgamento e sobre a participação dela no processo”, acrescentou.

“Mas ela em nenhum momento adiantou o que iria fazer ou deixar de fazer no dia do julgamento, nem sobre expectativas [de reversão de votos] e sobre como é que vai se desdobrar o julgamento. Da mesma forma eu não especifiquei como devo, enquanto presidente do Senado, me posicionar”, completou Renan.

PSDB

Renan comentou a tendência de aproximação entre o seu partido (PMDB) e o PSDB.

“Acho que é fundamental esse espaço e a participação mais direta do PSDB no governo e na definição de diretrizes na especificação de políticas públicas. E acho que o PMDB tem muita experiência para não repetir na relação com o PSDB a relação periférica que o partido teve com o PT no governo anterior.”

O presidente do Senado tem marcada, para esta tarde, em São Paulo, uma reunião com Michel Temer, a equipe econômica, e com os líderes do governo na Câmara e no Senado. A expectativa é de que, entre os assuntos a serem conversados com Temer, esteja a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Desvinculação das Receitas da União (DRU).

“Vou participar dessa reunião na condição de presidente do Senado. Certamente nós vamos tratar dessas coisas [DRU] na conversa que teremos logo mais em São Paulo. Eu, mais do que nunca, entendo que precisamos ter uma agenda econômica suprapartidária no Brasil. E essa agenda, num momento de crise fiscal, tem de ser priorizada”, disse Renan.

Ele reiterou que não tem, até o momento, uma posição sobre se votará ou como votará durante a sessão que poderá resultar no afastamento definitivo de Dilma da Presidência da República.

“Tenho conduzido o processo com isenção, responsabilidade e equilíbrio. É exatamente isso que me impede de declarar o que vou fazer e o que não vou fazer no dia de julgamento”, disse ele.

“Eu já disse que não votaria na admissibilidade, na pronúncia, e que pretendia não votar no julgamento. Estou em pleno processo de decisão. Procurei estar em todos momentos com isenção e responsabilidade, como presidente de uma casa que tem democrática divergência”, completou.

Acompanhe tudo sobre:GovernoImpeachmentMDB – Movimento Democrático BrasileiroPartidos políticosPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPSD – Partido Social DemocráticoRenan Calheiros

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas