Brasil

Renan consegue adiar instalação da Comissão Mista de Orçamento

Em busca de um acordo sobre a relatoria do colegiado, o líder do PMDB no Senado está segurando todas as indicações do partido há cerca de um mês

Renan Calheiros: o peemedebista está fora de Brasília nesta terça-feira (2) e nem sequer participou da reunião de líderes partidários sobre a pauta da semana (Jane de Araújo/Agência Senado)

Renan Calheiros: o peemedebista está fora de Brasília nesta terça-feira (2) e nem sequer participou da reunião de líderes partidários sobre a pauta da semana (Jane de Araújo/Agência Senado)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de maio de 2017 às 20h39.

Brasília - O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), conseguiu adiar pela quarta vez a instalação da Comissão Mista de Orçamento (CMO).

Em busca de um acordo sobre a relatoria do colegiado, Renan está segurando todas as indicações do partido há cerca de um mês, que teria direito à presidência do colegiado.

O peemedebista está fora de Brasília nesta terça-feira (2) e nem sequer participou da reunião de líderes partidários sobre a pauta da semana.

No início de abril, Renan chegou a indicar a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) para presidir a CMO, mas voltou atrás no dia seguinte.

Ele também retirou as indicações dos outros membros titulares da sigla, os senadores Valdir Raupp (RO) e Kátia Abreu (TO), para impedir a instalação da comissão.

A decisão ocorreu um dia após Rose ter repreendido Renan sobre os seus discursos contra as medidas econômicas defendidas pelo governo Michel Temer.

Agora, Renan já afirmou a aliados que não pretende mais indicar a senadora capixaba para participar do colegiado.

Rose seria o principal "nó" dentro da bancada do PMDB, que deve fazer uma reunião ainda esta semana para discutir o assunto.

O líder peemedebista cogita indicar uma de suas aliadas, Kátia Abreu (TO), para o posto da presidência.

Ela estaria considerando mudar de partido, para o PDT, e Renan busca uma forma de mantê-la na legenda.

Nesta terça, o líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE), fez um apelo para que a sessão da CMO ficasse para a semana que vem, quando terá corrido prazo regimental de cinco sessões para a eleição do presidente do colegiado, independentemente das indicações do PMDB.

"O governo prefere tentar construir um acordo com os partidos da base aliada. Não sendo possível, na próxima terça vamos a voto", defendeu.

Este ano, a bancada do PMDB do Senado, por ser a maior da Casa, teria direito à presidência da CMO. Já a bancada do PP na Câmara, comandada pelo deputado Arthur Lira (AL), seria responsável por indicar o relator.

O parlamentar é filho de Benedito de Lira (PP-AL), um dos principais adversários de Renan em seu Estado, onde os dois buscarão reeleição em 2018.

Renan possui o apoio do líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), que também não indicou nenhum nome até o momento.

Isto porque o peemedebista defende que a relatoria fique com um integrante tucano da Câmara.

Na comissão tramitam diversos temas de interesse do Executivo como o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO), que compreende as metas e prioridades da administração pública federal, e o Projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2018.

Apesar disso, o governo tem buscado se distanciar do impasse.

O presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), também já sinalizou que não quer se envolver diretamente no conflito e prefere aguardar um "entendimento".

Acompanhe tudo sobre:MDB – Movimento Democrático BrasileiroRenan CalheirosSenado

Mais de Brasil

Justiça nega pedido da prefeitura de SP para multar 99 no caso de mototáxi

Carta aberta de servidores do IBGE acusa gestão Pochmann de viés autoritário, político e midiático

Ministra interina diz que Brasil vai analisar decisões de Trump: 'Ele pode falar o que quiser'

Bastidores: pauta ambiental, esvaziamento da COP30 e tarifaço de Trump preocupam Planalto