Renan Calheiros: por ser o maior partido da Casa (21 senadores), o PMDB tem preferência para escolher quatro comissões (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 14 de fevereiro de 2017 às 22h09.
Brasília - O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), assumiu posição de protagonismo na distribuição das comissões entre os partidos da Casa.
Renan passou o dia tentando atender às demandas de todas as lideranças partidárias, que estão insatisfeitos e pedem mais espaço em posições de comando. O impasse está atrasando a instalação dos colegiados.
Por ser o maior partido da Casa (21 senadores), o PMDB tem preferência para escolher quatro comissões.
A primeira delas, já oficializada com a nomeação de Edison Lobão (MA), é a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), considerada a maior e mais importante da Casa.
Os peemedebistas também devem ficar com a Comissão de Assuntos Sociais (CAS), de Serviços de Infraestrutura (CI) e outra ainda não definida.
A posição privilegiada da legenda também serviu para atender a interesses de aliados, como é o caso da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
O PMDB cedeu o colegiado, segundo mais importante da Casa, para o PSDB. A presidência deverá ser assumida por Tasso Jereissati (CE).
Os tucanos, que possuem a segunda maior bancada (12 senadores), também negociaram a presidência da Comissão de Meio Ambiente (CMA).
Hoje, porém, Renan tentou mudar o arranjo e pediu que o PSDB "trocasse" a CMA pela Comissão de Transparência (CTG).
O objetivo seria ceder o espaço para o DEM, que, com apenas quatro senadores, acabou ficando com a presidência da comissão do Senado do Futuro, tida como pouco expressiva.
Bauer ficou desconfortável com a proposta. "Como líder do PMDB, ele (Renan) tem esse papel de negociar as comissões. Mas o PSDB não pode ceder seus colegiados e sair prejudicado. Nós também queremos comissões expressivas. Não é certo que o PSDB abra mão da CMA para que o PMDB possa fechar seus acordos", reclamou Bauer.
Durante reunião de líderes, Renan conseguiu negociar com o PT, terceira maior bancada da Casa (10 senadores), a Comissão de Relações Exteriores (CRE).
Pelo acordo, a CRA ficará com Fernando Collor (PTC-AL), mesmo bloco do PR, PTB e PSC. Em troca, os petistas ficarão com o comando da Comissão de Direitos Humanos (CDH) e de Desenvolvimento Regional (CDR).
Pela distribuição desenhada na tarde de hoje, o PSD deve ficar com a Comissão da Educação, Cultura e Esporte (CE). Já o PP deve ficar com a Comissão de Agricultura (CRA).