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Relatório reforça elo de Palocci com Marcelo Odebrecht

Relatório da Polícia Federal indica "relacionamento" de Antonio Palocci com Marcelo Odebrecht


	Antonio Palocci: investigação indica que ex-ministro era responsável pelo recebimento de ao menos R$ 128 milhões em propinas para o PT pagas pela Odebrecht
 (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Antonio Palocci: investigação indica que ex-ministro era responsável pelo recebimento de ao menos R$ 128 milhões em propinas para o PT pagas pela Odebrecht (Rodolfo Buhrer/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de setembro de 2016 às 09h17.

São Paulo - Um conjunto de mensagens de e-mail reunidas pela Polícia Federal no pedido de prisão do ex-ministro Antonio Palocci, alvo da 35.ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na segunda-feira, 26, indicam o "relacionamento" de Marcelo Odebrecht com "Italiano" - codinome usado para identificar Palocci na empreiteira - desde 2004, quando ele era titular da Fazenda no governo Lula.

"Italiano possui relacionamento com Marcelo Bahia Odebrecht pelo menos desde 2004", informa relatório da Polícia Federal anexado ao pedido de prisão de Palocci.

Batizada de Omertà, a 35.ª fase da Lava Jato aponta o ex-ministro como responsável pelo recebimento de ao menos R$ 128 milhões em propinas para o PT pagas pela Odebrecht.

"Tal indivíduo ('Italiano, ou Palocci') possuía elevado grau de penetração política, o que significa, como também será demonstrado, que detinha cargos de relevo no Executivo e Legislativo e capacidade e efetividade para alteração de quadros políticos em relação à contratação na esfera federal", diz a PF.

Palocci foi preso temporariamente na segunda-feira, por ordem do juiz federal Sérgio Moro.

Uma mensagem reunida pela PF, de 3 de maio de 2004, "há menção de atuação junto a governadores de Estados".

O assunto é relacionado à "recuperação da ferrovia que liga Bauru (SP) à Corumbá (MS), ao que parece, a partir de arranjo prévio de tal indivíduo com Marcelo Bahia Odebrecht."

Há ainda mensagens que indicam que "Italiano" era Palocci e que tratam da atuação do ex-ministro em favor da Odebrecht em negócios na África.

A Omertà sustenta que o petista teria atuado em favor do grupo na liberação de financiamentos do BNDES para Angola, onde eles executariam obras.

O criminalista José Roberto Batochio, defensor de Palocci, afirmou que o ex-ministro nunca recebeu vantagens ilícitas. A Odebrecht informou que não vai se manifestar.

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