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Relatório indica violência crônica na FMUSP

Relatório apontou que a violência sexual "ocorre de forma repetida" no espaço da instituição

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2014 às 20h41.

São Paulo - O relatório final produzido por comissão interna da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) apontou que a violência sexual "ocorre de forma repetida" no espaço da instituição.

Além disso, há relatos de racismo, uso de drogas e consumo abusivo de álcool.

O documento, com propostas de mudanças na universidade, foi enviado na quinta-feira, 20, aos membros da congregação da FMUSP e deverá ser votado na próxima quarta-feira, dia 26, como revelou ontem o jornal Folha de S. Paulo.

Em um dos cursos mais concorridos da USP, professores e alunos afirmaram que o abuso moral é prática constante. Uma das principais preocupações é a recepção dos calouros, evento em que casos de violência costumam acontecer.

Na última semana, duas alunas relataram ter sido estupradas em festas da FMUSP, durante audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Um dos casos aconteceu há três anos. O agressor foi indiciado pela polícia nesta semana, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo.

Nas festas, o relatório afirma que "há intenso consumo de álcool durante toda a semana". A situação também é grave quando mencionado o uso de drogas. "Experimentam rotineiramente situação de consumo excessivo de drogas lícitas, ilícitas e de prescrição."

Propostas

O documento propõe medidas para melhorar a situação da universidade e influenciar "o processo de mudança de atitudes e valores voltados ao respeito, ética e dignidade" nas escolas médicas do País.

Entre elas, está a criação de regras para consumo de álcool nas dependências do complexo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP).

Outra proposta é a criação de instâncias para acolhimento de denúncias, apoio às vítimas e apuração dos fatos.

A FMUSP informou, na última semana, que criará órgão com essas funções, chamado Centro de Defesa dos Direitos Humanos. Há ainda sugestão de ampliar os sistemas de vigilância eletrônica.

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