Brasil

Relatório afirma que PM fluminense está sucateada

Oficial do Exército disse que a crise atinge o moral da tropa "desequipada, desmotivada, desencantada e levada todos os dias ao confronto desigual"

Intervenção no RJ: na fase de formação de um diagnóstico da situação, o grupo de trabalho que monta a estrutura da intervenção federal no Rio está processando "com grande atenção" os dados referentes ao sucateamento da PM (Mario Tama/Getty Images)

Intervenção no RJ: na fase de formação de um diagnóstico da situação, o grupo de trabalho que monta a estrutura da intervenção federal no Rio está processando "com grande atenção" os dados referentes ao sucateamento da PM (Mario Tama/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de fevereiro de 2018 às 15h11.

São Paulo - Na fase de formação de um diagnóstico da situação, o grupo de trabalho que monta a estrutura da intervenção federal no Rio, sob comando do General Walter Braga Netto, está processando "com grande atenção" os dados referentes ao sucateamento da Polícia Militar. Um oficial do Exército disse nesta quarta-feira, 21, ao jornal O Estado de S. Paulo que a crise atinge profundamente o moral da tropa, "desequipada, desmotivada, desencantada e levada todos os dias ao confronto desigual com um inimigo difuso".

Para o militar, que atua desde 2017 com a PM do Rio nas atividades de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), apenas "uma profunda reestruturação da instituição poderá alterar esse quadro a médio prazo". Também não há dinheiro. No orçamento de 2018, a dotação prevista pelo governo do Estado para a PM estacionou em R$ 500 milhões.

Os coronéis da Polícia Militar do Rio se aposentam, em média, aos 48 anos da idade e recebem um benefício de R$ 26 mil, equivalente ao soldo básico pago ao pessoal da ativa. A aposentadoria da tropa - policiais e bombeiros - não passa do teto de R$ 8 mil. O resultado prático dessa distorção e das incertezas da carreira diante da crise no setor é que há um significativo êxodo de pessoal. Todos os meses, cerca de 800 pedidos de afastamento de longo prazo são protocolados na PM.

A frota de viaturas, estimada em 6,8 mil unidades, está reduzida a pouco mais de 3 mil veículos de todos os tipos rodando em condições precárias, muitas vezes graças a reparos pagos, por exemplo, por comerciantes de áreas de maior risco - interessados em manter as rondas preventivas. Faltam armas, munições e os sistemas de comunicações funcionam precariamente, o que leva ao uso dos telefones pessoais durante as atividades rotineiras.

A organização dá prioridade no uso do equipamento disponível às operações de grande porte, como as ações do Bope, o batalhão especializado, nas comunidades dominadas pelo crime organizado e bem armado.

Acompanhe tudo sobre:ExércitoPolícia MilitarRio de JaneiroSegurança pública

Mais de Brasil

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdermar

As 10 melhores rodovias do Brasil em 2024, segundo a CNT

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua