Brasil

Relator defende plebiscito com até oito perguntas

Segundo o deputado Henrique Fontana (PT-RS), relator da proposta de reforma política, antes do plebiscito haverá uma série de debates


	Plenário da Câmara dos Deputados: de acordo com Fontana, há um prazo limite para viabilizar a nova legislação já nas eleições do próximo ano.
 (Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)

Plenário da Câmara dos Deputados: de acordo com Fontana, há um prazo limite para viabilizar a nova legislação já nas eleições do próximo ano. (Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2013 às 15h55.

Brasília – O relator da proposta de reforma política na Câmara dos Deputados, Henrique Fontana (PT-RS), disse hoje (26) que há mais possibilidade de a reforma política ser aprovada após um plebiscito. Fontana não descarta, porém, a hipótese de seu relatório ser votado em plenário – em abril, o relatório sequer foi discutido em plenário, devido à falta de consenso.

“Resumindo, há duas possibilidades. A primeira é votar imediatamente, e o mais rápido possível, [a reforma política] a partir do relatório que foi apresentado há alguns meses na Casa. A segunda é fazer um plebiscito com um conjunto de perguntas – seis, sete ou oito, sobre temas estruturais."

Segundo o deputado, antes do plebiscito, haverá uma série de debates, inclusive organizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com horário de propaganda e amplos debates com a sociedade. "Aí, o povo brasileiro responde a cada uma dessas perguntas, e o Parlamento vota a lei respeitando a decisão tomada no plebiscito.”

Fontana abordou também a possibilidade de um referendo, no qual seria colocado um conjunto de propostas que, se votadas, serão submetidas à população para ser, ou não, aprovadas. “Mas o que cresceu nesta semana foi o movimento dos que querem fazer consulta [plebiscito] antes da votação do Parlamento”, acrescentou o deputado, referindo-se ao acerto feito entre a presidenta Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer, e as presidências da Câmara e do Senado.


Confirmando essas expectativas, as perguntas do plebiscito serão redigidas e votadas pelo Parlamento. Caberá a Fontana fazer uma primeira minuta delas. “Teremos grande embate democrático sobre como as perguntas serão feitas. Eu defendo que elas incluam obrigatoriamente questões sobre como será feito o fianciamento de campanha [se será público ou não]; a questão do modelo eleitoral e a forma de votar; a fidelidade partidária; a coincidência de eleições [de prefeitos e demais cargos eletivos]; e o fim da coligação em eleições para deputados e vereadores.”

“Nosso plano é fazer negociação muito rápida [para definir as perguntas], porque o mais importante é que as eleições de 2014 sejam disputadas sob novas regras. Uma certeza é que o pior sistema político é o que temos no Brasil, especialmente no quesito financiamento”, disse o parlamentar. Fontana elogiou a sugestão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que, entre outros pontos, sugere a proibição do financiamento de campanhas por empresas e a limitação do financiamento para pessoas físicas em R$ 700, para evitar que pessoas muito ricas “desequilibrem” uma eleição.

De acordo com Fontana, há um prazo limite para viabilizar a nova legislação já nas eleições do próximo ano. “[O prazo] é 5 de outubro. Para isso, precisamos fazer [antes] uma consulta plebiscitária por volta do dia 20 de agosto. Aí, teremos até 40 dias para que o Parlamento vote [a matéria] nas duas casas.”

O deputado lembrou que um dos itens incluídos em seu relatório possibilita a participação mais direta do cidadão na elaboração das leis do país. “Um grupo que queira ver um determinado PL [projeto de lei] aprovado poderá propagandeá-lo pelas redes sociais em busca de apoio. Quem gostar e apoiar, assina digitalmente o apoio. Conforme o número de assinaturas que o projeto atinja, ele passa a tramitar, inclusive, em caráter de urgência." No entanto, ressaltou Fontana, isso não precisa estar entre as perguntas do plebiscito porque já sabemos que a população apoia. "E, como já disse, não precisamos fazer perguntas óbvias [no caso de plebiscito].”

Acompanhe tudo sobre:PlebiscitoPolíticaPolítica no BrasilReforma política

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP