Brasil

Relator da CPMI da JBS apresenta plano de trabalho

A comissão deve apurar como ocorreram operações de concessão de benefícios em financiamentos realizados entre a JBS e o BNDES

JBS: outro eixo de apuração é com relação o acordo de delação premiada firmado entre os empresários da companhia e o MPF (Paulo Whitaker/Reuters)

JBS: outro eixo de apuração é com relação o acordo de delação premiada firmado entre os empresários da companhia e o MPF (Paulo Whitaker/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 20 de setembro de 2017 às 12h05.

O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) apresentou hoje (20) o plano de trabalho da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI), criada para investigar irregularidades envolvendo o grupo JBS e a Holding J&F. Marun é o relator da comissão e deve conduzir as investigações juntos outros dois sub-relatores.

A comissão deve apurar como ocorreram operações de concessão de benefícios em financiamentos realizados entre a JBS e o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Outro eixo de apuração é com relação o acordo de delação premiada firmado entre os empresários da companhia e o Ministério Público Federal no âmbito das investigações da Operação Lava Jato.

Além do plano de trabalho, ainda hoje, a comissão deve começar a analisar os 215 requerimentos de convocação de depoentes e solicitação de informações junto às empresas e órgãos públicos que foram protocoladas até a manhã desta quarta-feira.

Segundo Marun, poderão ser convocados para depor na CPMI procuradores e ex-procuradores da República, delegados e servidores da Polícia Federal, além de executivos e ex-executivos do BNDES, da JBS, entre outros envolvidos. O ex-procurador Geral da República, Rodrigo Janot é um dos nomes que podem ser convocados.

"Eu penso que estamos estabelecendo o início dos trabalhos. A ideia é que nenhum requerimento seja reprovado (…) queremos já aprovar alguns que entendemos imprescindíveis para o início dos trabalhos", disse Marun.

O relator disse ainda que não tem interesse em ouvir os delatores da JBS, por considerá-los "mentirosos contumazes", apesar de haver vários requerimentos para convocar os empresários.

Oposição

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) solicitou hoje (20) ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a comissão seja suspensa por apresentar "vários vícios formais". Randolfe entrou com um mandado de segurança para impedir que a CPMI examine as delações premiadas pelo Poder Legislativo e evitar a convocação de procuradores.

O senador argumenta que o trabalho da comissão deve se limitar à investigação dos crimes "da organização criminosa" dos irmãos Joesley e Wesley Batista, proprietários da JBS.

Para Randolfe, a CPMI não pretende ignorar os negócios firmados entre os executivos e altos membros do poder Executivo e constranger membros do Judiciário para barrar o avanço da Lava Jato.

Acompanhe tudo sobre:BNDESJ&FJBSJustiça

Mais de Brasil

Qual é a renda necessária para ser considerado um super-rico no Brasil?

São Paulo enfrenta apagões após forte chuva nesta quinta: mais de 100 mil clientes estão sem luz

Ecorodovias vence leilão de concessão da rodovia Nova Raposo por R$ 2,190 bilhões

O que é Nióbio e para que serve?