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Relator da CPMI da JBS admite ouvir delatados, mas descarta Temer

A prioridade da CPMI, no entanto, será ouvir o ex-procurador Marcello Miller e o procurador Ângelo Goulart

Carlos Marun: na pauta da reunião desta quarta-feira, a terceira da CPMI, há 118 requerimentos (Ueslei Marcelino/Reuters)

Carlos Marun: na pauta da reunião desta quarta-feira, a terceira da CPMI, há 118 requerimentos (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de setembro de 2017 às 12h23.

Brasília - Relator da CPMI da JBS, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) confirmou nesta quarta-feira, 20, que a comissão pode vir a ouvir alguns dos implicados na delação premiada de executivos do grupo J&F, embora esta não seja a prioridade.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente do colegiado, senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) disse que o ex-deputado e ex-auxiliar do presidente Michel Temer Rodrigo Rocha Loures, e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), citados na colaboração premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, devem ser chamados para prestar esclarecimentos.

"Os delatados podem vir a ser ouvidos. Nós temos que avançar, que começar. Temos um tempo que gostaria até que fosse mais breve. Estamos estabelecendo um plano de trabalho no sentido de que nenhum requerimento seja reprovado", disse Marun ao chegar à reunião que deve analisar parte dos requerimentos de convocação.

Loures está preso após ser flagrado carregando uma mala com R$ 500 mil. O dinheiro, segundo os delatores, era propina que havia sido negociada com o próprio presidente.

Questionado se pretende chamar também Temer, o deputado descartou a possibilidade. "A princípio, salvo se aparecer algum tipo de prova inequívoca de ato ilícito, não é minha intenção convidar o presidente", afirmou.

Na pauta da reunião desta quarta-feira, a terceira da CPMI, há 118 requerimentos, incluindo a convocação de nomes como o dos delatores e de envolvidos na delação, como o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot.

A prioridade da CPMI, no entanto, será ouvir o ex-procurador Marcello Miller, suspeito de fazer "jogo duplo" durante a negociação do acordo da JBS, e o procurador Ângelo Goulart, preso após suspeitas de ter vendido informações a investigados.

"Vamos chamar procuradores e ex-procuradores da República que participaram oficial e não oficialmente desta tratativas, devem ser chamados delegados da PF que conduziram algumas das operações que tem a ver com a questão, executivos do BNDES, executivos do JBS, além de pessoas que tiveram a ver com a operação de alguma forma", disse Marun.

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