Brasil

Relator da CPI Cachoeira recua sobre investigação de Gurgel

Odair Cunha desistiu de pedir o indiciamento de jornalistas e a investigação do procurador-geral da República, por suposta omissão em relação a operação Vegas


	Pedido a investigação de Roberto Gurgel foi interpretado como vingança do PT contra o procurador que apresentou a denúncia para o julgamento do mensalão
 (Antônio Cruz/ABr)

Pedido a investigação de Roberto Gurgel foi interpretado como vingança do PT contra o procurador que apresentou a denúncia para o julgamento do mensalão (Antônio Cruz/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2012 às 12h32.

Brasília - Após forte pressão, o relator da CPI do Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG), modificou o relatório apresentado na semana passada e desistiu de pedir o indiciamento de jornalistas e a investigação do procurador-geral da República, por suposta omissão em relação a operação Vegas, da Policia Federal, que deu origem à CPI.

Cunha foi pressionado pela cúpula petista e por aliados na comissão parlamentar a retirar essas partes do seu relatório porque havia indiciado jornalistas que sequer foram ouvidos pela CPI e pedido a investigação de Roberto Gurgel num gesto que foi interpretado como vingança do PT contra o procurador que apresentou a denúncia para o julgamento do mensalão.

Apesar de ceder às pressões, Cunha ainda não conseguiu garantir apoio dos aliados para aprovação de seu parecer. Na terça-feira, ele passou o dia em reuniões com membros da CPI tentando costurar um acordo sobre o texto para garantir a aprovação da peça.

Nesta quarta-feira, numa sessão tensa, o relator rejeitou um acordo que o obrigaria a modificar outras partes do texto se fosse derrotado pela maioria do plenário da comissão. Cunha só aceitou modificar esses dois pontos e ouvir sugestões sobre outras partes e decidir se aceita ou não fazer mudanças.

Essa decisão do petista gerou uma grande confusão na sessão e ele chegou a ser acusado de autoritarismo. "Agora o senhor virou ditador?", questionou o deputado Vaz de Lima (PSDB-SP).

Apesar da avalanche de críticas, o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), afirmou que o relator poderia adotar essa estratégia e não modificar outras partes que não concordasse.

A leitura do resumo do relatório, que tem mais de 5 mil páginas, porém, teve que ser interrompida porque os demais membros da comissão exigiram que fossem distribuídas cópias do parecer resumido lido por Cunha.

Após a leitura do parecer, se abrirá um prazo de cinco dias para que os parlamentares possam sugerir modificações ou mesmo apresentar relatórios paralelos.

Entre as pessoas cujo indiciamento o relatório pede estão o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), o proprietário da construtora Delta, Fernando Cavendish, e o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, cujas relações com agentes públicos e privados estão no foco das investigações parlamentares.

Acompanhe tudo sobre:Carlinhos CachoeiraCorrupçãoEscândalosFraudesPolícia FederalPolítica no BrasilPolíticos

Mais de Brasil

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua

STF forma maioria para manter prisão de Robinho

Reforma Tributária: pedido de benefícios é normal, mas PEC vetou novos setores, diz Eurico Santi