Brasil

Relator apresenta texto da reforma da Previdência a líderes na 4ª

Maia afirmou que a apresentação formal da emenda será feita apenas no plenário da Câmara no próximo dia 19, por líderes aliados

Câmara dos Deputados, em Brasília (REUTERS/Ueslei Marcelino/Reuters)

Câmara dos Deputados, em Brasília (REUTERS/Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de fevereiro de 2018 às 17h10.

Última atualização em 6 de fevereiro de 2018 às 18h07.

Brasília - O relator da reforma da Previdência na Câmara, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), anunciou nesta terça-feira, 6, que divulgará na quarta-feira, 7, o novo texto da proposta que deve ir à votação no plenário na Casa. Segundo ele, a nova versão trará uma novidade: concessão de pensão integral a viúvas e viúvos de policiais mortos em combate.

O parlamentar afirmou, porém, que temas em que ainda não há consenso, como transição para servidores públicos e regra para acúmulo de pensão e aposentadoria dos demais trabalhadores ficarão de fora desse novo texto, mas que serão tratadas durante a discussão e votação da reforma no plenário.

De acordo com Oliveira Maia, o texto negociado prevê que esposas e maridos de policiais federais, rodoviários federais, legislativos e civis mortos durante atividade de combate terão direito a receber a pensão com o mesmo valor que seus companheiros e companheiras teriam direito de aposentadoria. O valor do benefício vai depender da data de entrada do policial no serviço público. Viúvas e viúvos de policiais que entraram até 2013 terão direito a receber o valor integral do último contracheque do policiais. Já os que entraram depois de 2013 só terão direito a, no máximo, o teto geral do INSS, atualmente em R$ 5.645,81.

A nova regra, se aprovada, não beneficiará agentes penitenciários e policiais militares. Esta última categoria não foi incluída na reforma da Previdência em discussão no Congresso Nacional, assim como integrantes das três Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) e bombeiros. Segundo o relator, a inclusão dessa nova regra teve aval do presidente Michel Temer, do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e deve trazer votos da chamada bancada da segurança pública. "A bancada da bala, que é muito expressiva, muitos deles me pediram. Acho que é um aceno importante", declarou, evitando estimar um número de votos.

O relator afirmou que a nova versão da PEC da Previdência será divulgada simbolicamente por ele nesta quarta-feira, mas só poderá ser protocolada oficialmente no dia 19 de fevereiro, quando está marcado o início da discussão da matéria no plenário da Câmara. Segundo ele, como não poderá apresentar, por ser relator, o novo texto será oficialmente apresentado pelos líderes de partidos da base aliada, capitaneados pelo líder do governo na Casa, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). De acordo com o deputado baiano, mesmo com as mudanças, a nova versão deve manter em cerca de R$ 600 bilhões a previsão de economia da reforma em dez anos.

Oliveira Maia ressaltou que temas em que ainda não há consenso não serão incluídos no texto e ficarão "em aberto" para serem tratados durante a votação da matéria em plenário. Entre esses temas está uma regra de transição para servidores públicos que entraram antes de 2003 se aposentarem com direito à integralidade e paridade. Outro ponto que ficará em aberto será a regra para acúmulo de pensões e aposentadorias. Pelo texto aprovado na comissão especial, aposentados e pensionistas só poderão acumular o benefício até um limite de dois salários mínimos. Como mostrou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, em busca de votos, o relator propôs uma transição para a fixação desse limite.

Regras mantidas

O relator informou que o novo texto vai manter mudanças que já tinham sido acordadas, entre elas, a exclusão de qualquer alteração nas regras para aposentadoria de trabalhadores rurais e de concessão do chamado Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência carentes. Outro ponto que será mantido no novo texto é o tempo mínimo de contribuição para uma pessoa se aposentar, que ficará em 15 anos, como é hoje. No texto aprovado pela comissão especial em maio do ano passado, esse tempo tinha sido elevado para 25 anos de contribuição.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosGoverno TemerReforma da Previdência

Mais de Brasil

Justiça suspende concessão de escolas do governo de SP

Parlamento da Venezuela pedirá que Celso Amorim seja declarado 'persona non grata'

Bolsonaro se reúne com senadores do PL para selar apoio a Alcolumbre para a sucessão