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Reitor da Unicamp: Polarização pode ser risco para universidade pública

Marcelo Knobel disse que a universidade pública não é agenda das eleições e que o discurso de cobrança de mensalidades é "muito raso"

Unicamp: reitor diz que "gastou-se muito em estádios para Copa e reclamam que colocamos R$ 1 bilhão no sincroton", referindo-se ao laboratório de aceleração de partículas (Creative Commons/Wikimedia Commons)

Unicamp: reitor diz que "gastou-se muito em estádios para Copa e reclamam que colocamos R$ 1 bilhão no sincroton", referindo-se ao laboratório de aceleração de partículas (Creative Commons/Wikimedia Commons)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de maio de 2018 às 20h32.

Última atualização em 21 de maio de 2018 às 20h32.

O reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Marcelo Knobel, disse nesta segunda-feira, 21, que a atual polarização da política pode ser um risco para a permanência das instituições de ensino superior públicas.

"A gente vê um debate de se cobrar mensalidades, mas é um discurso muito raso", afirmou em evento do Banco Santander na Universidade de Salamanca, na Espanha. "Dependendo do candidato que ganhar, tem um risco também no que se refere a questões de financiamento de permanência, de inclusão social."

Para Knobel, que não citou nomes de candidatos, a universidade pública não é agenda das eleições. "Gastou-se muito em estádios para Copa e reclamam que colocamos R$ 1 bilhão no sincroton", disse, sobre o laboratório de aceleração de partículas.

O brasileiro foi um dos que assinou nesta segunda, na Espanha, um compromisso de sete princípios para a educação superior no Brasil. O documento foi elaborado por reitores de universidades públicas e privadas do País que fazem parte do conselho do Universia, iniciativa do Santander para apoiar o ensino superior.

A intenção, segundo o reitor da Universidade de São Paulo (USP), Vahan Agopyan, também presente ao encontro, é a de conscientizar a sociedade e os governos para a importância da educação.

Entre os princípios estão excelência acadêmica, a valorização do professor, a responsabilidade social, as políticas integradas entre as instituições, o financiamento das universidades e de alunos, a redução da evasão e aumento da inclusão e o empreendedorismo. "A população tem de entender que com educação se resolve todos os outros problemas", disse Agopyan.

Para o presidente do Banco Santander no Brasil, Sergio Rial, o documento é importante também por estar sendo lançado em um ano eleitoral. "Não há país desenvolvido no mundo que não tenha investido em educação. Esta faltando uma agenda concreta de educação, espero que isso venha de algum candidato." O banco há mais de 20 anos dá bolsas e apoia outras atividades em universidades no mundo todo. Questionado do por que o Santander não investir em educação básica, Rial disse que a opção foi a de apoiar os "futuros líderes do País", os estudantes universitários, considerados "um segmento importante para o banco".

* A repórter viajou a convite do Banco Santander

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