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Reformas administrativa e tributária devem avançar nesta semana

Novos pareceres devem ser apresentados aos parlamentares nos próximos dias, em busca de consenso para votação no plenário

Vista aérea do Congresso Nacional em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)

Vista aérea do Congresso Nacional em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Alessandra Azevedo

Publicado em 23 de agosto de 2021 às 06h00.

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A semana em Brasília começa com a expectativa de apresentação dos pareceres da reforma administrativa, na Câmara, e da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 110, a reforma tributária mais ampla, que tramita no Senado e prevê a unificação de nove tributos sobre consumo, criando um Imposto sobre Valor Agregado (IVA).

A reforma administrativa está há meses na comissão especial que discute o tema na Câmara. Relatada pelo deputado Arthur Maia (DEM-BA), a proposta, entre outros pontos, muda as regras de ingresso na administração pública e trata da avaliação de desempenho dos servidores.

O relator da PEC 110, senador Roberto Rocha (PSDB-MA), afirmou na semana passada que o parecer também deve ser apresentado nesta semana, sem falta. O governo, entretanto, ainda aposta em uma reforma fatiada. 

No caso dos tributos sobre consumo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, acredita que seja melhor aprovar primeiro a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que unifica o PIS e a Cofins. Depois, segundo ele, poderiam ser incluídos o ICMS, estadual, e o ISS, dos municípios.

Ao mesmo tempo, a Câmara continua discutindo a reforma do Imposto de Renda. A proposta já foi adiada pelo menos duas vezes no plenário nas últimas semanas, por falta de consenso em pontos que incluem diminuição na arrecadação dos estados e o tributo sobre dividendos.

À Exame, o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), afirmou que a expectativa é que o texto seja votado somente na semana que vem, em 1º de setembro. “Eu defendo 1º de setembro, mas pode ser que antecipe”, disse. 

O relator, Celso Sabino (PSDB-PA), tem conversado com parlamentares para chegar a um texto consensual. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pretende pautar a matéria nesta semana, mas a data de votação ainda será discutida com líderes partidários, para evitar que haja necessidade de mais um adiamento. 

Sabatina

Também está prevista a sabatina do procurador-geral da República, Augusto Aras, nesta terça-feira, 24, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O presidente Jair Bolsonaro o indicou para mais dois anos no cargo.

Se tiver o nome aprovado pela CCJ, a indicação de Aras ainda precisará passar pelo plenário, onde são exigidos os votos favoráveis de 41 dos 81 senadores, em votação secreta. Ainda não há data para que a CCJ avalie a indicação de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Autonomia do BC

Na quarta-feira, 24, o STF deve retomar o julgamento sobre a autonomia do Banco Central. A Corte deve decidir se são constitucionais as regras que pretendem blindar a política monetária de decisões políticas. A lei foi aprovada pelo Congresso em fevereiro e sancionada por Bolsonaro.

O assunto foi levado ao STF por ação apresentada pelo PSol e pelo PT. Os partidos alegam que a proposta deveria ter sido iniciada pelo presidente da República, por se tratar de questão de organização administrativa, não pelo Senado. 

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