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Reforma política não era a que o Brasil precisava, diz Barroso

Ministro do STF defendeu o voto distrital misto, que considerou a melhor opção para um Parlamento com maior representatividade

Luis Roberto Barroso: "não fizemos a reforma política que precisava ter sido feita" (Wilson Dias/ABr/Agência Brasil)

Luis Roberto Barroso: "não fizemos a reforma política que precisava ter sido feita" (Wilson Dias/ABr/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 27 de novembro de 2017 às 12h11.

Última atualização em 19 de março de 2018 às 13h22.

São Paulo - A reforma política que foi recentemente aprovada pelo Congresso não é a reforma que precisava ser feita no Brasil, disse nesta segunda-feira o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso.

"Não fizemos a reforma política que precisava ter sido feita", disse Barroso, em evento em São Paulo.

O ministro também defendeu o voto distrital misto --sistema no qual, parte dos deputados é escolhido em eleição majoritária nos distritos--, que considerou a melhor opção para um Parlamento com maior representatividade.

"Temos um sistema em que eleitores não sabem quem elegeram e eleitos não sabem por quem foram colocados lá", disse, referindo-se ao atual modelo.

O ministro disse que acredita que a eleição presidencial do ano que vem pode ajudar o país a "superar o trauma do impeachment". No entanto, afirmou que não tem a mesma esperança em relação à eleição para o Legislativo.

"Nas eleições parlamentares sou mais cético. Porque não mudamos as engrenagens que não induzem à desonestidade", disse.

O ministro refutou, no entanto, a hipótese de uma crise entre judiciário e legislativo, afirmando que, na verdade, o supremo está exercendo um papel que não deveria, de tribunal criminal.

"O maior problema do Supremo Tribunal hoje, que o joga na tempestade política, é uma competência criminal que ele não deveria ter, funcionar como juiz criminal de primeiro grau", referindo-se a processos da classe política julgados pela Casa.

Para Barroso, não existe uma crise no Supremo, mas sim o reflexo da crise política e econômica que atinge o país de modo geral.

"O Supremo em si não está (em crise). Temos uma crise política e ética no país. Seria ilusório achar que o Supremo sairia incólume", acrescentou.

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