Reforma do Maracanã: obra foi feita pelo Consórcio Maracanã, formado por Odebrecht, Andrade Gutierrez e Delta Engenharia (AFP/AFP)
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de março de 2017 às 06h48.
Rio de Janeiro- O Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) chegou à conclusão de que a obra de reforma do estádio do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014 teve superfaturamento de R$ 211 milhões, em valores atuais.
A informação foi revelada pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo (12). A investigação da corte mostrou que os recursos foram desviados na aquisição de serviços e produtos.
O TCE-RJ determinou a suspensão dos pagamentos de outros contratos com o governo do Rio que as empreiteiras envolvidas mantêm.
As investigações revelaram termos aditivos suspeitos e gastos em duplicidade. Ao todo, o contrato teve 16 aditivos.
A reforma foi feita pelo Consórcio Maracanã, vencedor da licitação e formado pelas empreiteiras Odebrecht, Andrade Gutierrez e Delta Engenharia. O orçamento original foi elevado de R$ 700 milhões para R$ 1,2 bilhão.
Segundo o Fantástico, os documentos do TCE-RJ mostram que as irregularidades na reforma teriam começado no projeto básico.
O tribunal considerou o documento impreciso, "acarretando significativas modificações entre o projeto básico e o executivo". Além disso, vários itens da planilha de custos acabaram sendo alterados.
A reportagem informou ainda que o Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) entrou na última sexta-feira com uma ação civil pública para responsabilizar as empresas responsáveis pela reforma.
Nove pessoas ligadas ao governo à época também foram acionadas por improbidade administrativa. Foi pedido o bloqueio dos bens dos envolvidos e a devolução de cerca de R$ 200 milhões pelas empresas do consórcio.