Brasil

Reforma administrativa está praticamente pronta, diz Bolsonaro

Na Índia, presidente também sinalizou que uma abertura comercial será gradual para não quebrar a indústria nacional

Em visita oficial à Índia, Jair Bolsonaro participou, como convidado de honra, das celebrações do Dia da República (Altaf Hussain/Reuters)

Em visita oficial à Índia, Jair Bolsonaro participou, como convidado de honra, das celebrações do Dia da República (Altaf Hussain/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 26 de janeiro de 2020 às 11h31.

Última atualização em 26 de janeiro de 2020 às 11h32.

Nova Deli - O presidente Jair Bolsonaro declarou neste domingo que a reforma administrativa que o governo vai enviar ao Congresso está praticamente pronta. Sinalizou também que uma abertura comercial do país será gradual para não quebrar a indústria nacional. Em visita oficial à Índia, Bolsonaro participou, como convidado de honra, das celebrações do Dia da República, que celebra os 70 anos de Constituição da Índia. 

- A Índia está na economia à nossa frente. O que falta para a gente crescer? Onde está o problema? Eu poderia falar, mas não vou falar para não dar manchete aos jornais amanhã - disse à imprensa. 

Mas, pouco depois, acrescentou: 

- Com essa sinalização da menor taxa de juro no Brasil, melhorando o ambiente para negócios, abrindo um pouco, desburocratizando, desregulamentando, a saída é por aí.

Ao ser perguntado se poderia seguir a decisão do governo da Índia de reduzir o imposto sobre as companhias, em meio à insatisfação indiana com ''apenas'' 5% de crescimento da economia, Bolsonaro citou o ministro Paulo Guedes.

- O Guedes já me disse que se fizer de uma hora para outra ele quebra a indústria nacional.  Tem que ser devagar. Impostos não sou eu,  governo federal, tem os estados e municípios. Aqui tem muita gente humilde com celular na mão. Porque tem empresas nacionais, e o imposto é muito baixo em cima disso', afirmou.

E acrescentou:

- Temos uma dívida interna monstruosa, uma folha de ativos e inativos muito grande, e não podermos fazer essas coisas de uma hora para outra. 

No ano passado, no Fórum Econômico Mundial, o ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu corte pela metade do imposto sobre as empresas, inclusive para atrair mais investimentos e lembrando que os EUA tinham baixado também a taxa.

O presidente destacou que continuará a promover a desburocratização, citando como exemplo a demora de quase seis meses para "desembaraçar" uma moto náutica que vem do exterior.   

Reforma administrativa 

Bolsonaro foi indagado sobre qual seria a prioridade do governo já que os parlamentares, a partir do segundo semestre, estarão focados nas eleições municipais de outubro. O presidente afirmou que a reforma administrativa está praticamente pronta, "só falta a última palavra do Paulo Guedes". 

- A reforma tributária também é importante. Temos que aproveitar porque a partir de junho tem as eleições municipais.

Bolsonaro não disse qual projeto de reforma será enviado primeiro, respondendo que ''tanto faz a ordem, o Paulo Guedes decide lá''. Sobre a reforma tributária, limitou-se a dizer que é para simplificação de impostos''.

Fontes do governo tem sinalizado que a reforma administrativa que o governo pretende encaminhar ao Congresso será feita em fases, ou seja, composta por Proposta de Emenda Constitucional (PEC), projetos de leis e decretos. A expectativa é de que tudo esteja aprovado e implementado até 2022.

Acompanhe tudo sobre:ÍndiaJair BolsonaroReforma Administrativa

Mais de Brasil

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas

CNU divulga hoje notas de candidatos reintegrados ao concurso