Ônibus: a proposta também vai diminuir 646 veículos em operação (Rovena Rosa/Agência Brasil/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de abril de 2018 às 14h50.
A Prefeitura de São Paulo publicou as normas, na manhã desta terça-feira, 24, da reestruturação do sistema de ônibus municipais. O projeto prevê redução de 146 linhas de coletivos da cidade e uma diminuição de 646 veículos em operação. Atualmente, são 1.193 linhas e 13.591 coletivos em operação.
Por outro lado, segundo o secretário municipal de Mobilidade e Transportes, João Octaviano, os itinerários com trajetos mais curtos vão permitir a adição de 105 mil vagas a mais no sistema, para reduzir a lotação, e trazer mais 952 mil pessoas ao sistema.
A licitação lançada nesta terça, resultado de um processo iniciado ainda em 2015, resultará em contratos que vão somar R$ 67,5 bilhões, mais do que um orçamento anual inteiro da Prefeitura, mas por um prazo de 20 anos.
Octaviano afirmou que o valor por ano, pouco mais de R$ 8 bilhões, são os mesmos valores que a cidade gasta hoje com os coletivos, incluindo aí as receitas vindas do pagamento direto da passagem, feito na catraca, da venda de créditos para o bilhete único (em todas as modalidades) e dos subsídios que a Prefeitura gasta com o sistema (em 2017, a previsão é de R$
Ao comentar o fato de que a cidade terá mais ônibus em operação, mas por um mesmo preço, Octaviano afirmou que o edital prevê a substituição dos coletivos atuais por veículos mais novos, com ar condicionado, wi-fi, tomadas USB e câmeras de vigilância.
"Terão toda a tecnologia embarcada", afirmou. Também citou o fato de que a Prefeitura determinou que os novos coletivos tenham fontes energéticas menos poluentes do que o diesel atual -- mas a frota só será 100% limpa daqui a 20 anos.
Para explicar a redução de coletivos e linhas com acréscimo do número de lugares oferecido a cada viagem, a Prefeitura argumentou ainda que os novos ônibus serão maiores nos eixos de grande circulação, de ligação entre os terminais.
Ainda ao falar da manutenção dos mesmos custos praticados atualmente, Octaviano argumentou também que os empresários de ônibus terão lucro menor do que o atual. "A taxa de retorno deles vai cair de 14% para 9,8%", afirmou.
A previsão é que os envelopes com as propostas dos empresários interessados sejam abertos entre os dias 11, 12 e 13 de junho. Mas as mudanças no sistema, com o corte e alteração de linhas, só deverá ocorrer 12 meses após a assinatura dos contratos.
"Nenhuma mudança de linha será feita sem que a população seja comunicada", afirma. O processo de mudança, ainda segundo o secretário, só deve ser concluído daqui a quatro anos.
Empresários que já estão na cidade, e possuem garagens para suas frotas, não precisarão adquirir novos espaços. Já algum empreendedor de fora que quiser participar do processo, terá de comprar ele mesmo um terreno para abrigar seus coletivos por meio de uma desapropriação que poderá ser feita pelo poder público. Mas com os custos todos, incluindo a obtenção de licenças ambientais, feitos pelo empresário.