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Redes sociais reagem à operação da PF contra Bolsonaro: 59% apoiam e 41% criticam, aponta Quaest

Monitoramento de 1,3 milhão de menções nas redes revela cenário altamente polarizado após decisão do STF que impôs tornozeleira eletrônica ao ex-presidente

A PF cumpriu mandados de busca e apreensão e medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na última sexta-feira, 18, em Brasília (Arthur Menescal/Getty Images/Getty Images)

A PF cumpriu mandados de busca e apreensão e medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na última sexta-feira, 18, em Brasília (Arthur Menescal/Getty Images/Getty Images)

Publicado em 19 de julho de 2025 às 11h29.

A operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, realizada nesta sexta-feira, 18, provocou intensa mobilização nas redes sociais. Segundo levantamento da Quaest, mais de 1,3 milhão de menções sobre o tema foram registradas até as 17h de sexta-feira, com um alcance estimado de 105 milhões de perfis por hora. O resultado: uma divisão clara de opiniões, refletindo um cenário digital altamente polarizado.

De acordo com o monitoramento, 59% das postagens expressaram apoio à operação e reforçaram o apelo por investigações. Por outro lado, 41% defenderam o ex-presidente, com críticas direcionadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pela decisão que determinou o uso de tornozeleira eletrônica.

Entre os que criticam a medida, ganharam força narrativas que associam a operação a um suposto ambiente de “censura” e “ditadura”, além de acusações de perseguição política. Cerca de 10% das postagens com viés pró-Bolsonaro reforçam esse discurso, apontando suposto abuso de poder por parte do Judiciário na ausência de uma condenação formal.

A ferramenta Quaest Insider, que monitora grupos públicos no WhatsApp, Telegram e Discord, também identificou que a crítica ao STF ocupa papel central na articulação digital da base bolsonarista. Nesses grupos, 32% das mensagens mencionam o Supremo de forma negativa, em especial o ministro Moraes. Embora ainda incipientes (2%), surgiram também mensagens que sugerem manifestações públicas e até paralisações de caminhoneiros.

Para os analistas da Quaest, o episódio mostra como decisões judiciais envolvendo Bolsonaro continuam sendo gatilhos para embates narrativos e mobilização de bases políticas. “O ambiente digital segue altamente reativo, e cada nova medida se torna combustível para a disputa e radicalização do debate público”, aponta o relatório.

Por que Bolsonaro foi alvo da PF?

A Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão e medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na última sexta-feira, 18, em Brasília.

Os mandados foram autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e estão sendo cumpridos em endereços ligados ao ex-presidente, incluindo sua residência e locais vinculados ao Partido Liberal (PL).

Fontes confirmaram à EXAME que as medidas cautelares aplicadas em relação à Bolsonaro são o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar entre 19h e 7h, proibição de contato com embaixadores (e não poderá se aproximar de embaixadas) e proibição de acesso às redes sociais. O ex-presidente também não poderá falar com o filho Eduardo Bolsonaro.

A PF teria encontrado ao menos US$ 14 mil na casa de Bolsonaro, além de um pen drive no banheiro e uma cópia da petição inicial da ação que a plataforma de vídeos Rumble move contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, confirmaram fontes à EXAME. O material agora segue para a perícia da Polícia Federal.

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